terça-feira, 21 de setembro de 2010

Benfica 2 - Sporting 0 - Equipa "A"? Só se for de Anjinhos!

Jogo da 5ª Jornada da Liga Zon Sagres

Foram precisas quase 24 horas e uma revisāo do jogo - sim, sou masoquista no que concerne ao futebol - para poder elaborar este post. E posso resumir o meu actual sentimento numa frase: merecemos esta derrota!

Ia-mos à Luz com a hipótese de enterrar praticamente todas as esperanças do Benfica revalidar o título e lançar em definitivo a confusão e o desespero nas hostes do actual Campeão nacional. Escrevi horas antes da partida, que o Sporting ia á Luz numa situação menos problemática que a do seu adversário. Logo, com tudo para entrarmos em campo de cabeça fria e apenas com um objectivo na mente: marcar golos, enervar o adversário e sair do jogo sem uma derrota.

Ora... foi precisamente uma derrota que carregámos à saída da Luz e de forma inequivoca. Entrámos em campo com vontade, mas só a vontade não chega, ainda para mais contra um Campeão aflito. Falhámos em toda a linha.

Vamos por partes. Paulo Sérgio, tem me parecido um homem de fé - embora Jesus estivesse do outro lado da barricada - que ainda acredita na recuperação de casos perdidos e transformá-los em milagres da sua responsabilidade. Mas a reabilitação é uma prática que em Alvalade já foi esquecida á muitos anos. Em Alvalade, quem cai em desgraça, nunca mais volta a ter graça. Yannick, Liedson, Rui Patrício são provas claras disso mesmo. Yannick não tem a nossa simpatia. Liedson, desde a sua última renovação, nunca mais voltou a ser o mesmo e Rui Patrício terá para sempre o estigma de um guarda redes com... galo. Paulo Sérgio guardou para este jogo o seu 11. Aquele que na sua percepção chegava para arrancar da Luz, pontos!

Horas antes do jogo, fiz o meu 11, no qual propositadamente não coloquei, nem Yannick, nem Patrício, colocando Liedson, porque... é o único que com provas dadas, e por esse motivo talvez merecesse o auto de fé.

Depois de ter visto alguns jogadores evoluir em França, achei honestamente que Paulo Sérgio ia rever as suas convicções e colocar de parte a sua fé em casos definitivamente perdidos.

Enganei-me e bastaram 10 minutos de jogo para ver que seria impossível fazer alguma coisa de jeito na Luz. Saiu-lhe caro, a muitos níveis. Credibilidade junto da massa associativa, confiança do plantel e sobre tudo, fragiliza a posição e a evolução do Sporting perante os adversários nesta época.

Entrámos em campo com o desenho em 4x2x3x1 que passou intermitentemente a 4x4x2, terminando numa espécie de 4x1x3x2. São sistemas a mais para um jogo com estas características em casa dos rivais. Ainda por cima com executantes em nitido sub rendimento. Maniche, Matias, Valdes, Yannick, foram nos primeiros 20 minutos desastrosos, conseguindo contagiar a restante equipa com incidência forte em Nuno André Coelho, Evaldo e João Pereira. As substituiçōes nos momentos que aconteceram foram infelizes... E depois da exibição em Lille de Postiga e Vuck, sentar no banco os 2 e metê-los para correrem atrás de um resultado que parecia feito, nāo é muito motivante.

E depois, em cada substituição, mudança táctica... E o Sporting este ano parece correrem atrás de... rotinas. Onde estão as rotinas? Nāo encontrei ontem nesta equipa "A" rotinas de jogo. Aliás vi mais essas rotinas de jogo na equipa "B" em Lille.

E com este fado perdemos já 8(!) pontos à jornada 5(!). E tenho a sensação que sem acções radicais e medidas imediatas... Vamos ter que levar com este fado para o resto da época.

Vi um Sporting lento, com falta de garra, atitude, macio no meio campo e de uma nulidade absoluta na frente de ataque. E vi um Benfica, sem jogar bem, com um 11 baseado na época passada, com excepção do Roberto, que nem sequer foi incomodado nas suas fraquezas. Depois das duzias de jogadores que vieram para a Luz, Jesus, joga à jornada 5, com 10 jogadores do plantel do ano passado.

Depois, somos Anjinhos... Claro, aos 7 minutos Javi Garcia tem uma entrada sobre Liedson, tāo grave como a de João Pereira sobre Ramirez na meia final da Taça da Liga de Fevereiro. Javi vê o amarelo e nós... nada. Expulsar um jogador encarnado na Luz, aos 7 minutos, numa semana como a que vivemos, seria o fim da macacada (ou da galinhagem!). Mas como nós somos anjinhos, ninguém deu o murro na mesa.

Assim nāo vamos lá. Uma vez mais estendemos a passadeira a um clube, que com todos os defeitos que lhe possamos apontar, quando toca a reunir, estão muito mais á frente que nós.

Em resumo, merecemos a derrota porque somos anjinhos... E no futebol já não já lugar para Anjinhos.

Estou profundamente irritado com esta atitude.

Rui Patrício - Nada a registar, mas não transmite segurança. Parece sempre que fatidicamente aguarda pelo golo do adversários. E os 2 golos do Cardozo são a prova clara disso mesmo.

Joāo Pereira - foi muito bem anulado. Colocar Coentrāo na sua frente foi a melhor jogada de Jesus neste jogo. Ali, perdemos grande parte do jogo.

Daniel Carriço - não chegou para tudo e irrita-me nas bolas paradas adversárias sistematicamente ser batido sem levantar os pés do chão.

Nuno André Coelho - foi das suas exibiçōes a mais fraca esta época. Falhou demasiados passes. E está ligado aos 2 golos do Benfica pela mesma razāo. No primeiro, tem de marcar Luisão mas deixa-o cabecear à vontade o que provoca a seguir o ressalto para Cardozo e no segundo não consegue entrar duro no Cardozo que recebe um passe do Roberto a mais de 60 metros. Muito mau.

Evaldo - apagado, perdeu 3 ou 4 recepçōes de bola. Passes errados. Algumas boas entradas em profundidade mas, não resolve com Valdes da melhor forma o desenlace das jogada.

André Santos - a idade nāo perdoa quando se é colocado num jogo como este com a responsabilidade de travar Aimar, Saviola e Carlos Martins. Fez o que pode...

Maniche - simplesmente não esteve lá. Vem de uma lesão e entra no 11? E Zapater? No banco depois de uma exibição agradável em Lille.

Valdes - que péssimo jogo. Perdeu a bola sistematicamente e estragou mais do que construiu.

Matias - nestes duelos nunca se impõe. Exibição sem fulgor e desispirada. Em 4x4x2 não rende.

Yannick - simplesmente não se entende com Liedson e assim fica dificil. Perde todos os embates corpo a corpo e falta-lhe mais clarividência para criar desiquilibrios. Cai sempre na mesma ratoeira: um encosto e vai ao chão.

Liedson - sem ninguém ao seu lado para complementar as suas capacidades é presa fácil. Continuo a dizer que é nitido o seu baixar de braços ao longo das partidas ao ver que a equipa não consegue criar jogo para ele. E depois nos momentos chave não está lá a inspiração.

Vuck, Postiga e Saleiro - inconsequentes as suas entradas, pois a equipa encontrava-se já numa espiral de loucura táctica. Ainda assim, Postiga mostrou estar mais empenhado.

Ao senhor Xistra fica a nota de que não existe nenhuma lei que proiba mostrar cartões vermelhos ao Benfica. Javi e Ruben Amorim deviam ter visto o cartão vermelho. O primeiro de forma directa e o segundo por acumulação. Mas, pressionar dá resultado. Nós... é que somos Anjinhos.

domingo, 19 de setembro de 2010

Haja serenidade hoje na Luz.

Antevisão do Benfica - Sporting - Liga ZON Sagres - 5ª jornada

Joga-se hoje a 5ª jornada da Liga, com o Derby mais desejado. Trata-se de um jogo onde o nosso Sporting tem muito mais a ganhar do que a perder. Ao contrário, os rivais, têm muito mais a perder do que a ganhar. A eles só a vitória interessa, seja a que preço for. Para nós a vitória é essencial, mas não entraremos em campo - ao contrário deles - com a corda no pescoço.

Paulo Sérgio baralhou todos os "experts"com a sua estratégia em Lille. Até agora, e ainda falta hora e meia para o jogo, não houve uma única opinião e antevisão à estratégia hoje preparada pelo Sporting frente ao Benfica com pés e cabeça. E isso está a deixar, pelo que tenho lido e ouvido, muitos com os nervos à flor da pele. A questão é... que Sporting vai se apresentar hoje na Luz?

Pelo meu lado, é interessante tentar construir o 11 do Sporting, numa fase em que arrisco uma previsão marcada por um 11 diferente do que tem sido apresentado na Liga com 2 ou 3 alterações e talvez a inclusão de Diogo Salomão no 11 inicial. o alinhamento táctico deverá passar por 1 4x2x3x1 que se transforma num 4x4x2 quando a equipa ataca.

Que 11 eu arriscaria?

Hildebrand + João Pereira, Nuno André Coelho, Daniel Carriço, Evaldo, Zapater, André Santos, Diogo Salomão, Valdes, Matias e na frente Liedson com Vuckcevick.

Seria neste momento o meu 11.

O que se pede para hoje: Serenidade.

O que vamos ter?... daqui a 3 horas saberemos.

Vamos a eles! Força Sporting!!!!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Lille 1 - Sporting 2 - Equipa "B"? Uma Ova!!

Liga Europa - 1ª Jornada - Grupo C

Não tive oportunidade de ver o início do jogo, um transito terrível obrigou-me a ouvir pela TSF os primeiros minutos. Na ante visão do jogo, Manuel Pedro Gomes - comentador de serviço - arreava o cabaz no Paulo Sérgio, pelo facto de ter o atrevimento de iniciar a participação do Sporting na Liga Europa com uma equipa secundária do plantel do Sporting. Dizia, ser o Lille uma equipa muito bem organizada, que não perdia em casa para as competições europeias desde 2007 e que ainda não tinha perdido esta época em jogos oficiais.

Dito isto, ouvindo que Paulo Sérgio tinha entrado com um 11 com 9 jogadores que não alinharam frente ao Olhanense. Pensei que de facto seria uma revolução demasiado arrojada, mas percebi logo que Paulo Sérgio estava claramente a pensar no jogo de Domingo. E até compreendi positivamente esta estratégia, pois, sendo o Lille, teoricamente, a equipa mais complicada no nosso grupo, sendo o 1º jogo desta fase, qualquer resultado seria sempre "menos" importante do que o jogo do próximo Domingo. E imaginei que o jogo que se seguiria seria um jogo confuso, com um Sporting atabalhoado e com poucas possibilidades de trazer de Lille um resultado positivo. Preparei-me então para o pior...

Mas, desta vez - e alguma vez tinha que ser - o Sporting surpreendeu pela positiva. A equipa, não sendo o 11 lógico de Paulo Sérgio, entrou personalizada, com um futebol fluído e objectivo e a evoluir no campo com determinação em marcar golos. E conseguiu. Numa jogada de contra-ataque, conduzida pelo insuspeito Abel, finalizada de forma pragmática por Vuckcevic, fizemos o 1-0 e depois, Hélder Postiga, de volta aos golos, num belíssimo cabeceamento para o 2-0.

A 1ª parte do jogo foi praticamente toda do Sporting, com controle total do jogo e um Lille, completamente atarantado, pois na certa, nunca esperaria ter de lidar com um 11 Leonino totalmente diferente do que haviam estudado nas últimas semanas. Na 2ª parte o Lille corrigiu as marcações e partiu para cima do Sporting. Batalhou até conseguir reduzir para 1-2 num lance de fora de jogo e onde me pareceu que Tiago foi mal batido. Depois até ao final, foi com a cabeça fria segurar o resultado vantajoso para a nossa equipa, terminando o Sporting com 8... sim, 8 jogadores defensivos, mas compreendo pela razão de poupar para Domingo praticamente o tal 11 lógico de Paulo Sérgio.

Mas, se a vitória é fabulosa e merecida, a mesma, vai dar a Paulo Sérgio algumas dores de cabeça, pois houve aqui jogadores que corresponderam ao desafio de forma muito positiva. Paulo Sérgio, que na minha opinião desta vez jogou num 4x4x2 num formato mais clássico, com 2 alas bem abertos - Diogo e Vuck - com Postiga fixo na frente e Saleiro mais móvel, André Santos e Zapatero mais preocupados com acções defensivas. E... uma vez mais, o Sporting joga bem com este sistema. Será o ideal? Domingo Paulo Sérgio nos dirá. Mas isto também deve ter baralhado as contas de Jorge Jesus...

Considero que a gestão de Paulo Sérgio acabou por ser feliz e garante assim um bom balão de oxigénio para o confronto do próximo Domingo.

Tiago - Surpresa no 11, correspondeu com a sua habitual eficácia. Apenas no golo dos franceses considero que Tiago podia te feito melhor.

Abel - Sabem que tenho pelo Abel uma opinião clara. Não é jogador para o Sporting. Cabe ao mesmo provar que estou errado. Hoje, fez por isso, mas ainda assim, conseguiu fazer alguns disparates na 2ª parte. Perdas de bola e falhas de marcação... inadmissíveis.

Daniel Carriço - Bravo Leão, lutou, jogou, fez jogar... tudo com o espírito de quem quer em definitivo colocar a equipa a lutar com garra e querer. Está a subir de forma.

Polga - Cumpriu e disse a Paulo Sérgio que não está "arrumado". Precisa de minutos e parece-me motivado. É importante que esteja em forma pois a dupla de centrais do Sporting parece-me que vai rodar muito.

Torsiglieri - Foi a 1ª vez que o vi jogar e... altura tem, técnica também, tem pulmão e aparece na área contrária acompanhando o contra ataque da equipa. Temos jogador? As indicações dizem que sim, mas gostava de o ver jogar na sua posição natural. A determinada altura senti o Sporting a jogar com 3 centrais e não me pareceu uma má ideia.

André Santos - É uma máquina. Cada vez mais preciso na recuperação de bola e lançamento de jogo ofensivo. Gosto de André Santos e tenho a certeza de que vai fazer uma época em grande. Não será sempre titular, mas a jogar desta forma, parece-me que não vai falhar tantos jogos assim.

Zapater - Este espanhol não engana. É um jogador fabuloso a recuperar bolas e a sair com a bola controlada, dotado de uma técnica que vai fazer delirar ainda muita alminha. Já o disse antes, Zapater fará com Pedro Mendes um meio campo defensivo de grande qualidade.

Vuckcevic - Foi ele que marcou logo no início o ritmo a que a equipa devia jogar nesta partida. O golo aos 11 minutos foi o prémio por essa atitude. Joga, faz jogar, mas ainda não o sinto na plenitude da sua forma. Falta aquele poder de explosão que... se os jogos correrem bem, vai chegar depressa. Vuck está motivado e isso é fundamental.

Diogo Salomão - Este miúdo, na minha opinião, vai partir a loiça toda muito em breve. Não o comparem com ninguém. Deixem-no ser ele próprio. Não lhe exijam já uma época de sonho, pensem que dentro de 1 ou 2 épocas... vai andar meio mundo do futebol a lutar por ele.

Carlos Saleiro - Cumpriu e faltou-lhe o golo para fazer as pazes com a massa adepta. É que ainda não lhe perdoámos aquele falhanço incrível frente ao Olhanense.

Hélder Postiga - Golo. Mais um golo. Que se inspire. Começou bem, pressionou alto, correu, mostrou pormenores muito interessantes e jogou para a equipa. O golo foi à moda do "velho" Postiga, o tal que ainda seduziu muitos clubes europeus. Era bom que fosse daqui em diante mais regular e que lhe puséssemos a alcunha de... Pinheiro Postiga. A partir dos 70 minutos passou a jogar em esforço e em 1 ou 2 arrancadas atrapalhou-se devido ao cansaço evidente. Precisa de mais minutos.

Evaldo, João Pereira e Nuno André Coelho - entraram para fechar a defesa leonina e João Pereira, com mais calma até podia ter marcado no jogo.

Em suma, o Sporting ganhou. Ganhou merecidamente e ganhou um plantel. Paulo Sérgio arriscou e ganhou. É assim. Quem arrisca, normalmente ganha. A vitória foi até conseguida em esforço e a parte final foi encarada por alguns momentos com alguma displicência. Mas, soube bem e repito... baralhámos muitas cabecinhas. 3 pontos em Lille colocam o Sporting com 1 pé na próxima fase. Segue-se o derby.


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sporting 0 - Olhanense 0 - Sem Olho para o Golo.


Jogo da 4ª Jornada da Liga Zon Sagres

A tarde de Sábado prometia ser muito agradável. Com a onda Calimero estacionada desta vez no outro lad0 da 2ª circular - calha a todos! - Alvalade, numa tarde muito solarenga e com muito público a marcar presença, prometia um bom jogo de bola e a afirmação do crescendo de forma que a equipa leonina desejava comprovar perante o seu público.

Bom, saiu-nos o chamado tiro de pólvora seca. Um empate, sem golos, que devolveu à nossa alma um novo mar de dúvidas que pensávamos já ter ultrapassado. O Sporting empata em casa com o Olhanense, num daqueles jogos em que é sempre obrigatório ganhar. Para se ser campeão, tem de se ganhar todos os jogos em casa e a ceder pontos que seja contra os seus adversários directos.

Ora, o que nos diz este empate? A mim, diz-me que o maior problema do Sporting dos últimos 3/ 4 anos continua por resolver: concretização. O jogo foi aberto na primeira parte, muito mais fechado na 2ªparte, com a equipa algarvia à procura do empate. O Sporting, mais consistente na explanação do seu futebol, falha incrivelmente no momento do golo. Foram 2 oportunidades flagrantes de golo - Saleiro e Maniche - incrivelmente falhadas e a história repete-se.

Na oportunidade clara de nos distanciar-mos dos actuais campeões nacionais, deixa-mos uma vez mais fugir essa objectivo simples. Vamos ver que impacto terá este empate na época do Sporting, principalmente na recta final do campeonato.

O Sporting entrou praticamente com o mesmo 11 que havia jogado na Figueira da Foz e entra erradamente com o mesmo sistema táctico. Já tinha escrito aqui que gosto do sistema 4x2x3x1, mas a jogar fora ou nos grandes embates. Contra um "Olhanense", julgo que é dar ao adversário a crença clara de que pode levar pontos de Alvalade.

E Paulo Sérgio erra, porque guarda novamente para o final a solução de ter mais 2 ou 3 avançados. No jogo de Sábado, André Santos chegava e sobrava para controlar o meio campo defensivo e entrar com Liedson só na frente...é dar de barato uma parte do jogo. Tivemos algum azar - bola na trave de Liedson e uma boa exibição de Moretto - mas isso não explica tudo.

Julgo que Paulo Sérgio tem apenas um caminho ganhar os restantes 13 jogos em casa entrando objectivamente ao ataque contra equipas abaixo do nível do Sporting .

A entrada de Saleiro e Postiga, no momento em que se registaram acabaram por ser inconsequentes. Assim... não vamos lá. Tenho pena, porque até gostei de alguns momentos de transição que mostrámos no jogo e vi jogadores nitidamente a subir de forma, mas... perante a floresta defensiva do Olhanense, talvez faltasse mais objectividade e ambição logo a partir do apito inicial.

E ainda temos de compreender que poderíamos ter perdido o jogo - o que colocaria já toda a estrutura e Paulo Sérgio sob fogo - caso o árbitro não anulasse a jogada que deu 1 golo ao Olhanense na concretização de 1 canto. Não percebi a razão do apito, mas sei que o apito se ouviu ainda antes da bola ter sido cabeceada para as redes de Rui Patrício.

Foram 2 pontos perdidos... e para já a oportunidade de estarmos no 2º lugar a 3 pontos do líder.

Não gostei do jogo. Não gostei do sistema com que entrámos no jogo. Não gosto de ver Liedson só na frente com equipas manifestamente defensivas e não gostei da falta de cabeça fria nos momentos chave do jogo, com oportunidades de golo escandalosamente perdidas. É urgente concretizar, seja a que custo for.

Rui Patrício - Um jogo sem grandes problemas, demonstrando ter a cabeça no lugar, mesmo com um concorrente à altura novo no plantel.

Evaldo - Da unidades do Sporting menos rentáveis nesta partida. Só no último terço do jogo é que apareceu no corredor esquerdo mas com centros muito fraquinhos para o centro da área.

Nuno André Coelho - Mais uma belíssima exibição, apesar de na jogada do golo anulado ao Olhanense ter facilitado numa zona proibida.

Daniel Carriço - Sem grandes apontamentos negativos e positivos, mas com mais 1 cartão amarelo desnecessário.

João Pereira - Foi uma arma que Dauto Faquirá soube prender bem. Esteve bem preso e foram poucas as oportunidades de subir no terreno e lançar desequilíbrios ofensivos. Mais 1 amarelo na sua conta, também ele desnecessário.

André Santos - É um jogador que me está a encher as medidas e julgo que consegue render ainda mais quando joga só na sua área de intervenção. Boa exibição... faltou o resultado.

Maniche - Apareceu, na minha opinião, cansado neste jogo. Faltou-lhe aquele poder de explosão que o caracteriza, acabando por querer resolver o jogo na base da Bomba, mas quando teve cara a cara com Moretto, com um pouco mais de calma tinha conseguido concretizar. É um jogador que talvez fizesse mais sentido ter entrado a meio do jogo. Por mim, tinha começado no banco.

Mátias Fernandez - Boa e Inglória exibição. Com um jogo de selecção nas pernas, fez ainda durante os 64 minutos que esteve em campo uma mão cheia de bons passes de ruptura, deu velocidade nas transições e conservou uma posse de bola com qualidade. Mas, a falta de referências na frente dificultou-lhe muito a vida.

Jaime Váldes - é bom de bola, ninguém duvide, mas não resolve e ainda pouco esclarecido sobre a forma como em Portugal se defende. Sem espaço, parece-me uma unidade sem rendimento. Faltou também alguma cabeça fria na hora do remate ou do último passe.

Yannick - ... capaz do melhor e do pior... sendo um jogador, que na minha opinião, atrapalha muito mais na frente do que resolve. É outro jogador que sem espaço para correr se transforma numa inutilidade para a equipa.

Liedson - Jogar sozinho na frente, com apoio de jogadores com dificuldades em lutar contra uma muralha defensiva, é de um desgaste brutal. Ele, que já leva muitos anos de Sporting, cedo deve ter percebido que a jogar daquela forma, muito dificilmente o Sporting sairia vencedor. É ao longo do jogo nítida a forma como vai baixando os braços. É pena, mas longe vão os tempos em que jogava acompanhado por jogadores que compreendiam a forma como se deve ultrapassar as adversidades de um jogo extremamente fechado.

Vuk, Postiga e Saleiro - Entraram com o jogo praticamente definido e pouco puderam acrescentar, uma vez que o Olhanense já estava nitidamente crente que pelo menos o empate estaria na mão.

Moral da história... sem ambição táctica não vamos ser campeões em nada.