segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sporting 0 - Olhanense 0 - Sem Olho para o Golo.


Jogo da 4ª Jornada da Liga Zon Sagres

A tarde de Sábado prometia ser muito agradável. Com a onda Calimero estacionada desta vez no outro lad0 da 2ª circular - calha a todos! - Alvalade, numa tarde muito solarenga e com muito público a marcar presença, prometia um bom jogo de bola e a afirmação do crescendo de forma que a equipa leonina desejava comprovar perante o seu público.

Bom, saiu-nos o chamado tiro de pólvora seca. Um empate, sem golos, que devolveu à nossa alma um novo mar de dúvidas que pensávamos já ter ultrapassado. O Sporting empata em casa com o Olhanense, num daqueles jogos em que é sempre obrigatório ganhar. Para se ser campeão, tem de se ganhar todos os jogos em casa e a ceder pontos que seja contra os seus adversários directos.

Ora, o que nos diz este empate? A mim, diz-me que o maior problema do Sporting dos últimos 3/ 4 anos continua por resolver: concretização. O jogo foi aberto na primeira parte, muito mais fechado na 2ªparte, com a equipa algarvia à procura do empate. O Sporting, mais consistente na explanação do seu futebol, falha incrivelmente no momento do golo. Foram 2 oportunidades flagrantes de golo - Saleiro e Maniche - incrivelmente falhadas e a história repete-se.

Na oportunidade clara de nos distanciar-mos dos actuais campeões nacionais, deixa-mos uma vez mais fugir essa objectivo simples. Vamos ver que impacto terá este empate na época do Sporting, principalmente na recta final do campeonato.

O Sporting entrou praticamente com o mesmo 11 que havia jogado na Figueira da Foz e entra erradamente com o mesmo sistema táctico. Já tinha escrito aqui que gosto do sistema 4x2x3x1, mas a jogar fora ou nos grandes embates. Contra um "Olhanense", julgo que é dar ao adversário a crença clara de que pode levar pontos de Alvalade.

E Paulo Sérgio erra, porque guarda novamente para o final a solução de ter mais 2 ou 3 avançados. No jogo de Sábado, André Santos chegava e sobrava para controlar o meio campo defensivo e entrar com Liedson só na frente...é dar de barato uma parte do jogo. Tivemos algum azar - bola na trave de Liedson e uma boa exibição de Moretto - mas isso não explica tudo.

Julgo que Paulo Sérgio tem apenas um caminho ganhar os restantes 13 jogos em casa entrando objectivamente ao ataque contra equipas abaixo do nível do Sporting .

A entrada de Saleiro e Postiga, no momento em que se registaram acabaram por ser inconsequentes. Assim... não vamos lá. Tenho pena, porque até gostei de alguns momentos de transição que mostrámos no jogo e vi jogadores nitidamente a subir de forma, mas... perante a floresta defensiva do Olhanense, talvez faltasse mais objectividade e ambição logo a partir do apito inicial.

E ainda temos de compreender que poderíamos ter perdido o jogo - o que colocaria já toda a estrutura e Paulo Sérgio sob fogo - caso o árbitro não anulasse a jogada que deu 1 golo ao Olhanense na concretização de 1 canto. Não percebi a razão do apito, mas sei que o apito se ouviu ainda antes da bola ter sido cabeceada para as redes de Rui Patrício.

Foram 2 pontos perdidos... e para já a oportunidade de estarmos no 2º lugar a 3 pontos do líder.

Não gostei do jogo. Não gostei do sistema com que entrámos no jogo. Não gosto de ver Liedson só na frente com equipas manifestamente defensivas e não gostei da falta de cabeça fria nos momentos chave do jogo, com oportunidades de golo escandalosamente perdidas. É urgente concretizar, seja a que custo for.

Rui Patrício - Um jogo sem grandes problemas, demonstrando ter a cabeça no lugar, mesmo com um concorrente à altura novo no plantel.

Evaldo - Da unidades do Sporting menos rentáveis nesta partida. Só no último terço do jogo é que apareceu no corredor esquerdo mas com centros muito fraquinhos para o centro da área.

Nuno André Coelho - Mais uma belíssima exibição, apesar de na jogada do golo anulado ao Olhanense ter facilitado numa zona proibida.

Daniel Carriço - Sem grandes apontamentos negativos e positivos, mas com mais 1 cartão amarelo desnecessário.

João Pereira - Foi uma arma que Dauto Faquirá soube prender bem. Esteve bem preso e foram poucas as oportunidades de subir no terreno e lançar desequilíbrios ofensivos. Mais 1 amarelo na sua conta, também ele desnecessário.

André Santos - É um jogador que me está a encher as medidas e julgo que consegue render ainda mais quando joga só na sua área de intervenção. Boa exibição... faltou o resultado.

Maniche - Apareceu, na minha opinião, cansado neste jogo. Faltou-lhe aquele poder de explosão que o caracteriza, acabando por querer resolver o jogo na base da Bomba, mas quando teve cara a cara com Moretto, com um pouco mais de calma tinha conseguido concretizar. É um jogador que talvez fizesse mais sentido ter entrado a meio do jogo. Por mim, tinha começado no banco.

Mátias Fernandez - Boa e Inglória exibição. Com um jogo de selecção nas pernas, fez ainda durante os 64 minutos que esteve em campo uma mão cheia de bons passes de ruptura, deu velocidade nas transições e conservou uma posse de bola com qualidade. Mas, a falta de referências na frente dificultou-lhe muito a vida.

Jaime Váldes - é bom de bola, ninguém duvide, mas não resolve e ainda pouco esclarecido sobre a forma como em Portugal se defende. Sem espaço, parece-me uma unidade sem rendimento. Faltou também alguma cabeça fria na hora do remate ou do último passe.

Yannick - ... capaz do melhor e do pior... sendo um jogador, que na minha opinião, atrapalha muito mais na frente do que resolve. É outro jogador que sem espaço para correr se transforma numa inutilidade para a equipa.

Liedson - Jogar sozinho na frente, com apoio de jogadores com dificuldades em lutar contra uma muralha defensiva, é de um desgaste brutal. Ele, que já leva muitos anos de Sporting, cedo deve ter percebido que a jogar daquela forma, muito dificilmente o Sporting sairia vencedor. É ao longo do jogo nítida a forma como vai baixando os braços. É pena, mas longe vão os tempos em que jogava acompanhado por jogadores que compreendiam a forma como se deve ultrapassar as adversidades de um jogo extremamente fechado.

Vuk, Postiga e Saleiro - Entraram com o jogo praticamente definido e pouco puderam acrescentar, uma vez que o Olhanense já estava nitidamente crente que pelo menos o empate estaria na mão.

Moral da história... sem ambição táctica não vamos ser campeões em nada.


1 comentário:

Unknown disse...

Começo a ficar preocupado quando vejo que no Braga trabalha-se mais e melhor que no meu Sporting. Hugo Viana preferiu o Braga ao Sporting? Porquê? Temos lá um Postiga e o Braga tem um Lima. Estou preocupado com tanto amadorismo de JEB e Costinha.