terça-feira, 30 de março de 2010

Inevitável?




A RTP N avança hoje desde a madrugada que é André VIllas Boas o homem escolhido pela SAD para comandar os destinos técnicos do Sporting na próxima época. Segundo o que corre hoje pelas redacções - e vale o que vale - o contrato está por dias.


Bom, olhando aqui para o lado, para a capa do Record de algumas semanas atrás começo realmente a ficar preocupado. Já sabem que não morro de amores por André Villas Boas. Acho que numa época decisiva como será a próxima - pois julgo que a paciência dos sócios e adeptos tem limites - escolher um homem cujo a experiência como treinador principal se resume ainda a pouco mais de 2 dezenas de jogos é, na minha opinião, muito arriscado.
Assumo desde já que serei contra esta contratação até ao dia que se tornar uma realidade. Se é André Villas Boas o escolhido, prefiro mil vezes Carlos Carvalhal.
Vamos ver no que dá mais este episódio do folhetim "Sporting 2009/2010... uma época de terror".

segunda-feira, 29 de março de 2010

Manobras de Diversão - Parte 2


Para dar razão ao meu post do dia 22 de Março que podem ler aqui cá está o louvor de que eu falava... honras de capa no jornal oficial do clube.

Izmailov tem assim o seu perdão... por um acontecimento que nunca se saberá ao certo se foi despoletado pelo russo em causa própria ou "inventado" por terceiros por uma "causa maior".

A comunicação social deve estar neste momento... tonta de tantas reviravoltas que esta novela tem tido. Da fase histérica de anunciarem a expulsão do jogador, até as traduções russo-português da entrevista dada por Marat em Moscovo e que tinha como objectivo claro provocar a ira dos dirigentes do Sporting e agora... este pedido de desculpas. Bom, amanhã com certeza não sairá nenhuma capa dos pasquins do costume com este pedido de desculpa.

Enfim, lamento a novela. Nem o Sporting deve alimentar estas manobras de diversão, nem o jogador o merece. Em suma, Carlos Carvalhal sabe muito bem o que toda história provocou - eliminação contra o Atlético, derrota nos Barreiros e o esvaziar de fé da massa adepta nas suas capacidades. Estará este assunto encerrado? A bem do que está a preparar para a próxima época espero bem que sim.

sábado, 27 de março de 2010

Maritimo 3 - Sporting 2: Todos pela Madeira.


Liga Sagres - 24ª jornada

Foi um jogo para cumprir calendário. Uma equipa de bons rapazes foi a que o Sporting apresentou na Madeira frente ao Marítimo. Nenhum dos resultados possíveis mexeria na classificação actual do Sporting, por isso seria logo à partida um jogo para entreter num final de noite de sexta feira.

Mas, há um senão... o Sporting tem que entrar sempre para ganhar, seja em que condições forem, seja um jogo de treino, amigável ou apenas para cumprir calendário.

Na passada sexta não senti que a equipa entrasse determinada para ganhar o jogo. Carlos Carvalhal fez entrar um 11, na minha opinião foi surpreendente. Adrien, Yannick, Abel... foram para mim surpresas com as quais não acontava. Esperava ver no 11 inicial Matias, Vuck e Pereirinha.

O sistema de jogo voltou a ser o tradicional de Carlos Carvalhal... 4x2x3x1 .... com Adrien ao lado do Pedro Mendes, Yannick,Saleiro e João Pereira numa linha média... inédita. O Marítimo entrou a medo mas depressa percebeu que o Sporting não estava a "carburar" o futebol dos jogos anteriores. Liedson muito só na frente, Saleiro desposicionado e um João Pereira e um Yannick que nunca perceberam bem qual a sua verdadeira função no jogo. Uma nota para o excessivo individualismo de Saleiro, que acabou por contagiar Liedson.

Com um banco onde tinha soluções como Vuck, Matias Pongolle e Postiga, Carvalhal foi muito lento a perceber que era preciso mudar o figurino do jogo. Mexeu tarde e mexeu mal. Entrou Matias para o lugar de Abel, recuando João Pereira para asua posição nativa, e Matias julgo que nunca entrou verdadeiramente no jogo, pois o Sporting perdeu posicionamento e objectividade. Depois entrou Pereirinha e Pongolle. 2 Jogadores que não acrescentaram nada ao futebol praticado.

Confuso, complicado, individualista e pouco lutador foi a forma como a equipa encarou a 2ª parte do jogo e na minha opinião, este será o Sporting que vamos ter até ao final da época. Senti a falta de Miguel Veloso e João Moutinho que ainda assim nas últimas jornadas têm feito o meio campo funcionar... e já nem falo na falta que Ismailov faz nesta equipa. Ismailov que continua a ser, pela negativa, a figura da actualidade. Primeiros Stojkvic, depois Vuckcevic, depois Liedson e agora Ismailov... enfim, novelas, umas atrás das outras, alguma graves, outras uma verdadeira comédia, como esta de Ismailov. De tudo o que leio e oiço só posso entender que a 6 jornadas do fim da época já se joga literalmente a próxima. Se Ismailov sair do Sporting é um rombo estratégico no futuro da equipa. Mas ainda assim, julgo que tudo não passa de uma grande manobra de diversão com o objectivo claro de enfraqecer Carlos Carvalhal.

Carvalhal que na viagem de regreso para Lisboa terá acreditado que esgotou todas as possibilidades de permanecer no Sporting. Aliás, no que tenho lido pelos blogues do universo leonino, Carvalhal perdeu em 2 jogos todo o apoio que recolhia nomeadamente depois das mágnificas - porque foram mesmo mágnificas - vitórias pré jogo da 2ª mão da Liga Europa contra o Atlético.

De positivo, o facto de o Sporting entrar em campo com os seguintes jogadores nacionais: Rui Patrício, Tonel, Abel, Pedro Mendes, João Pereira, Adrien, Yannick, Saleiro... e se quiserem Liedson. 9 jogadores nacionais aos quais se juntaram Grimmi e Polga. Hoje em dia isso é completamente desvalorizado, mas ainda assim o Sporting é no momento a mais nacional das equipas que disputa a Liga.

De negativo... o regresso do futebol sonolento da equipa, os 3 golos sofridos e Pongolle que entra e faz auto-golo - ainda que sem acção para tal - sendo que, o jogador francês está nitidamente deslocado da realidade do Sporting actual. No entanto acredito que, é um jogador de futuro no Sporting.

Mais uma derrota, que curiosamente... leva o Sporting a esta realidade: Carlos Carvalhal já somou mais derrotas enquanto treinador do Sporting do que Paulo Bento nas épocas que esteve à frente do Sporting no que diz respeito à LIGA Nacional. É só uma curiosidade...nada mais.

Seguem-se mais 6 jogos e fechamos a época com uma homenagem ao Grande Yordanov. Ainda assim sinto que ainda falta tanto tempo...vai parecer uma eternidade. Para os próximos dias só peço um simplesdesejo: Paz. Acabem de vez com o circo em Alvalade. Já sofremos demais esta época. E os sócios e massa adepta não merecem mais enxovalhanço. Ok? Vamos lá rapazes.

quinta-feira, 25 de março de 2010

O Sono do Leão.


Foi hoje noticiado que o Sporting acedeu simpaticamente ao pedido do SLB para o adiamento do jogo que coloca as 2 equipas em confronto a contar para a 26ª jornada.

E não acedeu só adiar por 24 horas... mas sim por 48 horas, jogando-se assim este jogo numa terça feira, 13 de Abril, ao início da noite.

Ou seja, o SLB que joga em Anfield Road numa quinta feira, para 2ª mão dos 4ºs de final da Liga Europa vê assim o seu calendário aliviado e jogará contra o nosso Sporting apenas na terça feira seguinte, provavelmente de forma mais desafogada.

Acedemos assim, num atitude consciente, que alguns criticarão mas que eu... aplaudo. Assim, seja qual for o resultado, nunca servirá de desculpa o pouco de descanso que o SLB terá entre o jogo de Liverpool e o derby, que pode ter alguma importância no desfecho do campeonato.

Deixo no ar a questão, fariam a mesma coisa do outro lado caso a realidade fosse a contrária? Nunca o saberemos... mas damos hoje o exemplo para ver no futuro, num quadro semelhante mas verde, se os arautos da justiça - é assim que eles se acham nos dias que correm - nos darão essa mesma simpatia.

O que retiro desta "simpatia" é alguma consciência colectiva que muito vai faltando ao nosso futebol. Também me parece que isto passa para o nosso lado a vantagem de no próximo calendário podermos jogar com este "favor" em nosso proveito, caso necessitemos.

Mas, também posso concluir que isto acontece porque simplesmente o Leão dorme. Depois de uma época onde foram - e continuam a ser - infligidas tantas feridas, e onde só no último mês conseguimos começar a sarar essas feridas, é tempo agora também do chamado recobro. E neste período, bem bastam as chatices internas.

Apenas desejo que quando o Leão acordar e a fome apertar... se ponha ao caminho para devorar quantas presas forem precisas para saciar essa fome.

Quanto aos nossos vizinhos - ao que parece preparam já a festa do título para sábado à noite e até já têm hino - http://www.irancosta.pt/benfica/index.php - espero que reconheçam a nossa atitude com alguma dignidade e respeito. Esperemos para ver...

segunda-feira, 22 de março de 2010

Manobras de Diversão


É assim que eu entendo toda esta mini novela Ismailov. Uma espécie de "atirar areia para os olhos". Marat Ismailov é provavelmente um dos mais disciplinados jogadores ao serviço do Sporting de há muitos anos. A sua folha disciplinar estava até quinta feira imaculada. Depois foi o episódio que já todos (des)conhecem. Costinha tomou a frente de "batalha" demonstrando que com ele, o Sporting estará sempre acima de qualquer individualidade. Marat esteve em silêncio e só o seu (infeliz) agente emitiu umas desconcertantes declarações.

Tudo somado... na minha opinião, não passou de Manobras de Diversão. Desviar as atenções de uma eliminação - desejada ?- e enterrar definitivamente o hype criado à volta de Carlos Carvalhal foram alguns dos objectivos destas manobras. Mas não só... espremer até ao osso a informação e contra informação a que os jornalistas têm acesso dentro do balneário. O que saiu para fora das muitas notícias publicadas desde quinta feira, foi o que se quis que saísse, sendo que nunca acreditei que nenhuma das histórias contadas fosse a verdadeira.

A histeria com que alguns órgãos de comunicação social escreveram e disseram que o Russo não mais voltaria a jogar pelo Sporting por decisão de Costinha e mais umas quantas observações idiotas sobre o jogador e sobre o Director para o futebol, foram bem o exemplo da forma com que o Sporting é tratado pela comunicação social e de como internamente há "buracos" por onde escorrem alguns dos segredos do futebol do profissional do Sporting.

Julgo que Costinha quis descobrir onde estavam os buracos e provavelmente terá conseguido. Pena é que se tenha de utilizar um expediente que, apesar de tudo, terá de ser considerado como um circo. Mas, deixemos Costinha, cimentar desde já, a sua política de futuro para o Sporting. Dentro de dias a opinião pública saberá quem são os "bufos". Basta prestar atenção aos primeiros nomes que vão ser dados como transferíveis e dispensáveis para a próxima época.

Pelo caminho ficou uma noite que nos tinha feito muito bem - e a Carvalhal também - com uma eliminação do Atlético que estava ali à mão. Atlético que ontem perdeu em Maiorca por 4-1. Não há coincidências. Ismailov não ter jogado e ter despoletado todo um episódio - mais um nesta época - dispensável que nos tirou a hipótese mais forte de seguir em frente na Liga Europa não pode ser uma coincidência. Basta olhar para o calendário e perceber que estamos na fase mais crítica da preparação da próxima época.

Marat leva uma multa pecuniária - pública - e levará um louvor - interno - pelos serviços prestados na preparação da próxima época.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Sporting 2 - At. Madrid 2: Não foi um milagre, mas andou lá perto!



Liga Europa - 2ª Mão dos 4ºs de Final

E uma vez mais sem perder fomos eliminados. Tinha acontecido na pré eliminatória da Liga dos Campeões com a Fiorentina e ontem com o Atlético.

Foi um dia, anormalmente estranho. Um dia de muita tensão em volta do estádio, conflitos patéticos entre adeptos e depois um jogo carregado de incidências estranhas.

Fomos eliminados. Jogando bem com um 11 de recurso e contra um Atlético na máxima força que percebeu depois do jogo em Madrid qual seria o caminho mais fácil para eliminar o nosso Sporting.

Acho exagerado o drama de alguns adeptos e sócios leoninos que preconizam a desgraça depois desta eliminatória e voltam-se agora contra tudo e todos... como tem sido hábito esta época. Da depressão a euforia num piscar de olhos e da euforia à depressão noutro piscar de olhos. Não podemos cair nessa bipolaridade sob pena de em qualquer dos casos o sofrimento seja sempre maior que a alegria.

Mas havia alguma ilusão de que poderíamos este ano almejar a vitória na Liga Europa? Sejamos realistas... se tal acontecesse seria um autêntico equívoco. Podíamos ter eliminado o Atlético sim senhor. No conjunto das 2 mãos fomos sempre superiores à equipa madrilista. E isso é de sublinhar positivamente quando nos 2 jogos jogámos sempre com uma equipa desequilibrada e fragilizada por circunstâncias muito estranhas à normalidade. Em Madrid jogámos 1 hora com a equipa reduzida a 10 elementos e acabámos com 9 jogadores em campo. E em Alvalade... bem em Alvalade o fado foi outro.

Na minha antevisão ao jogo tinha dito que seria um jogo com golos, muitos golos. Só restava saber quem ia marcar mais. Ninguém o fez. Houve um empate a 2 bolas injusto, pois o Sporting acabou por dominar largamente o jogo e por ter maior número de oportunidades de golo não concretizadas. Mas, na minha perspectiva, o jogo - que já era de um grau de dificuldade elevado - tornou-se muito complicado ainda antes da equipa chegar a Alvalade. Ismailov era o motivo da notícia 2 horas antes do jogo. Não tinha seguido com os companheiros para Alvalade. Correram muitos rumores até ao início do jogo e passado o jogo nem Carvalhal, nem Polga, nem Liedson conseguiram dar uma explicação com sentido sobre o que havia sucedido com o Marat.

Num comunicado emitido por Costinha, publicado no site, dá-se uma explicação... pouco explícita. Mas vou deixar essa reflexão para mais tarde, porque rapando todo o sentido das explicações e das não explicações, o que é certo é que Ismailov não jogou e o Sporting ofereceu assim de bandeja o favoritismo aos espanhóis. Para mim, julgo que Carlos Carvalhal foi "armadilhado". Por quem e porquê é tema para o meu próximo post.

Sobre o jogo, entrámos em campo com um Sporting B. Pedro Silva, Caneira, Polga, Pereirinha estão nesta altura sem o ritmo e a confiança dos jogadores que substituiram. Caneira ainda assim, fez um jogo aceitável, mas com o pulmão quase a rebentar já na parte final. Pedro Silva levou o amarelo previsto. Pereirinha não fez a diferença neste jogo e ainda assim rematou de cabeça à baliza do Atlético e esteve muito perto do golo. Polga jogou ao nível desta época e na jogada do 2º golo do Atlético teve responsabilidade pela forma lenta como saiu atrás de Aguero.

"Carvalhal, não faz milagres, mas anda lá perto" esta frase é do jornal público e eu concordo inteiramente com ela. Com uma equipa remendada esteve à altura do desafio e não ganhou por manifesta falta de eficácia na 2ª parte. o golo aos 3 minutos de Aguero foi uma pedrada na estratégia de Carvalhal que a partir daí teve de correr sempre atrás do resultado e da eliminatória. Foi como se tivéssemos perdido em Madrid por 1-0. Mas a resposta da equipa foi muito positiva. Chegámos ao empate num belíssimo lance de ataque protagonizado por Veloso, Saleiro e Liedson. E quando estávamos em cima do Atlético acontece o 2ºgolo de... Aguero e aqui com manifesta responsabilidade da dupla de centrais leonina. Poucos rins e pouca velocidade permitiram ao genro de Maradona chegar com classe ao 2º golo. Temeu-se o pior e a resposta foi dada novamente com um Livre de Veloso - para mim foi ele que marcou o golo - que resulta no merecido empate antes do intervalo. E com um pouquinho de sorte tínhamos chegado ao terceiro golo antes de irmos para o descanso.

Na 2ª parte ficou evidenciada que este 11 do Sporting acusava a responsabilidade que tinha sobre os seus ombros. A entrada foi de Leão. 3 oportunidades de golo e Saleiro a proporcionar a defesa da noite ao guarda redes da equipa espanhola. Depois o lance de um suposto penalti - que para mim não é pois a falta acontece fora da área - que também demonstrou que o árbitro estava a pensar mais numa paelha do que numa caldeirada. E o jogo decorreu com o Atlético a suspirar de alívio pelas oportunidades não concretizadas do Sporting e a ganhar confiança para defender aquele resultado, jogando exactamente da mesma forma que o Sporting havia feito em Madrid.

Faltou arte e engenho e os automatismos que a equipa conquistou nos últimos jogos. Foi gritante a falta de Ismailov nesta fase da partida. O seu sentido de baliza, a sua velocidade e capacidade de explosão fizeram muita falta nos últimos 30 minutos de jogo. Entrou Vuk, que ainda assim desequilibrou no corredor esquerdo do ataque leonino e com vontade de dar um lance de golo aos 2 pontas de lanças, mas também ele mostrou falta de confiança e toque de bola. O facto de estar parado praticamente à 2 meses não o ajudou a explodir como acontece em jogos como este. Matias entrou tarde e andou meio perdido no meio campo, demasiado retraído e sem rasgo de génio. E tenho que fazer um reparo importante... com o Sporting a precisar de ganhar, a precisar de marcar golos, faz algum sentido deixar Postiga no banco? Não queimar a 3ª substituição foi um senão no jogo de Carvalhal. Para o Sporting perder ou empatar com golos ontem era exactamente a mesma coisa. Mas, deu-me impressão clara de que não ganhando, Carlos Carvalhal não queria perder este jogo... não dando aso assim a uma possível estratégia que decorria nos bastidores - presunção minha. Ou seja, Carvalhal não queria mesmo perder o património de confiança que reconquistou à massa adepta nas últimas semanas, pois são estes, no momento, os seus únicos aliados para uma eventual pressão para o convite à renovação - na minha opinião praticamente impossível nesta altura.

Ou seja, decorriam 3 confrontos ontem em Alvalade. Entre adeptos das 2 equipas, entre as 2 equipas e... entre Carvalhal e a estrutura da SAD. No primeiro perde o espectáculo. No segundo o Sporting é eliminado. No terceiro a estrutura daSAD saí mais confortável, mas Carvalhal mostrou que ainda tem força e não deu por perdida "essa" batalha.

Em suma, foi um dia muito estranho. Um Sporting B não teve força para travar Aguero que resolveu a eliminatória. O Atlético nunca foi superior ao Sporting e julgo que a presença nos 4º de final estava mesmo ao alcance da nossa equipa e com isso manter por mais algumas semanas a época ligada à máquina. Não deu e termina aqui todo o interesse competitivo da época. Para a SAD julgo que foi... um alívio, pois não vi ninguém ainda lamentar-se verdadeiramente pelo facto de termos sido eliminados. Ou seja, julgo que agora sim, vão tranquilamente continuar o trabalho de preparação da próxima época sem a nuvem "negra" que se avistava no horizonte chamada Carlos Carvalhal e a sua falange de apoio.

Há agora uma semana e meia de interregno nos jogos, o que vai permitir à SAD movimentar-se sem pressões externas e internas na consolidação do plano para a pré-época que está já a 3 meses de começar. E na verdade desejo que o façam tranquilamente e sem essas pressões e tensões internas. Há 2 ou 3 pessoas a tecerem as teias do que será o próximo Sporting e pelo que vou analisando e recolhendo em alguns contactos parece-me que há boas medidas no horizonte e... outras medidas que serão menos populares.

De ontem fica como nota positiva a atitude da equipa, mostrando que há um colectivo para além dos titulares. Sem ritmo é certo, mas com vontade de ganhar. E mereciam-no! Quero destacar o bom jogo de Saleiro e Liedson e... Moutinho que ontem fez as despesas criativas do meio campo. Carvalhal leva também um destaque pela positiva ao não querer deitar a toalha ao chão com tanta adversidade que lhe tem sido colocada pela frente. O estádio com 40 Mil nas bancadas também merece nota positiva. Pena estaépoca dificilmente voltarmos a ter uma oportunidade destas.

De negativo... apenas e só, tudo o que aconteceu durante a tarde no exterior do estádio. Não estamos habituados a ser confrontados com imagens e notícias de violência em Alvalade e pivots de informação histéricos com desacatos ligados ao Sporting. Em Madrid já tinha havido o chamado "molho" e a imprensa portuguesa praticamente passou sem referenciar esses factos. E agora, que o "molho" estava à sua porta decidiu criar um facto de dimensões enormes - que chegou mesmo a existir em alguns momentos - de uma forma histérica e que não faz bem à imagem do nosso Sporting e mais importante ainda, à imagem de 2 países que têm uma candidatura conjunta à organização de um Mundial de Futebol. Como é que é possível? Enfim, uma vez mais, não vi ninguém da estrutura do Sporting tomar medidas sérias e claras para limitar os estragos e quanto às palavras de Salema Garção antes do jogo... enfim, ignóbeis e estúpidas. Vindas de quem vem, não me admira. Mas, vocês já sabem o que eu penso desta personagem.

O episódio Ismailov fica para o meu próximo post. Termino com 2 perguntas: a quem interessava este desfecho na Liga Europa? E o que acontecerá se o Sporting for à Luz fazer uma jogatana e rebentar com os papos inchados da galinhagem? Voltará a nuvem "negra" de Carlos Carvalhal a assombrar o plano em curso? Se calhar é melhor acontecer qualquer coisa a Liedson antes do jogo, ou a outro qualquer jogador preponderante na manobra de Carvalhal. Só naquela! Não vá o Diabo tecê-las e Carvalhal sair reforçado desse jogo novamente por ter retirado ao Benfica uma caminhada tranquila rumo ao título. E neste momento temo que para algumas pessoas no Sporting, seja mais importante Carvalhal não ganhar na Luz do que o contrário...

quinta-feira, 18 de março de 2010

Atlético Madrid - 2º Acto.


Hoje é noite europeia em Alvalade. E daquelas que fazem regressar aquele sentimento de noite especial. Estádio praticamente cheio, aperitivos da calçada ao almoço, romaria a tarde inteira e... 90 minutos - ou 120! - de futebol. Há fé? Sim. Seria hipócrita se dissesse que não. O Sporting está neste momento na sua melhor fase futebolística da época. O Atlético de Madrid é uma equipa ofensivamente perigosa, mas ao alcance do Sporting.

No entanto, sublinho, que este não é o jogo de uma época. É apenas mais um jogo numa época que há muito já fechou para balanço. Ou seja, a pressão não pode estar do nosso lado. Estamos a jogar à Bola, e bem, mas nada mais podemos fazer do que nos divertir-mos a jogar. O não haver pressão liberta taxativamente a equipa de qualquer bloqueio e leva-a a encarar jogo a jogo tranquilamente. Hoje, num aparente estado de euforia da massa adepta - que esta época ainda não se tinha feito sentir - o Sporting tem mais um jogo para provar que esta desastrosa época não passou de um lamentável equívoco. Mas tem de o fazer na mesma linha que o levou a ganhar categoricamente os últimos 4 jogos. Sem pressão. E teremos assim meio caminho percorrido para ultrapassar o Atlético.

Mas ao mesmo tempo, caso sejamos eliminados - o que também será natural - não podemos cair de imediato novamente na depressão. Devemos sim, confiar de que a próxima época está a ser preparada ao detalhe, de forma inteligente e com uma visão de futuro. A derrota de hoje, a existir, não acrescenta, nem retira, mais nada ao que já foi dito, escrito e reflectido sobre esta época. Ninguém esperava a eliminação do Everton. Ganhámos categoricamente e ficámos meio atordoados com o empenho e classe demonstrada nesse jogo. Acredito que dificilmente jogaremos mal hoje. Mas hoje todos esperam a vitória frente aos Madrilenos. E a coisa pode não correr totalmente de feição. Se assim for... não vamos ficar deprimidos, ok? Caso a vitória nos sorria, teremos uma noite para festejar - das poucas esta época - mas daí a pensar já em Hamburgo vai... uma enoooooorme distância.

Desejo a passagem aos 4ºs de final. Acredito que é possível e que a jogar o futebol que sabemos vai ser de uma forma bonita, mas, do outro lado está um Atlético igualmente esquizófrenico - é capaz do melhor e do pior. Tem um ataque que inspirado faz desgraças - e nós hoje vamos jogar com uma defesa possilvelmente de recurso.

Na minha opinião, devemos entrar em campo com o mesmo sistema que entrámos frente ao Guimarães - 4x1x3x2 - com o meio campo em losângulo de predominantemente ofensivo. Isso pode dar aso aos espanhóis marcarem golos, mas nós desta forma vamos marcar mais. Apostava num 11 com a seguinte linha: Rui Patrício, Pedro Silva, Caneira e Polga, Abel + Pedro Mendes + Miguel Veloso, João Moutinho e Ismailov + Saleiro e Liedson. Se Carriço estiver em condições, deve alinhar no 11 inicial no lugar de Caneira, que estará por agora completamente fora de ritmo. Há também a possibilidade de Veloso jogar a defesa esquerdo, no lugar de Pedro Silva e a entrada de Matias para o meio campo. Mas, há Vuk e Pereirinha no banco para dar soluções. Mas, insisto com Pedro Silva no 11 inicial pelo seguinte - Quique colocará Reys na esquerda.Reys que por sua vez tentará inicialmente arrancar amarelos ao seu oponente. Nessa matéria, Pedro Silva é irresistível... amarelo na primeira parte na certa. O que levará depois Carvalhal a mexer e a fazer recuar Veloso para aquela posição por forma a levar também o seu amarelo da ordem - novamente provocado por Reys. Na outra ala, teremos Simão Saborosa frente a Abel. Na primeira mão Abel levou claramente a melhor. E hoje? Depende de Simão. Mas aposto na colocação de Ismailov no corredor direito para auxiliar Abel. Estas são as minhas preocupações. Evitar a todo o custo livres na frente da área Leonina. Simão... vocês sabem... não costuma falhar muito em livres marcados de certas posições.

Na frente é necessário um Saleiro muito disponível fisicamente. Terá de estar em sintonia perfeita com Liedson e Moutinho. Jogar ao primeiro toque, com passe e desmarca, passe de ruptura, tentar colocar a bola nas costas da defesa espanhola e com Ismailov a tentar arrancar também livres à entrada área do Atlético no corredor direito para que... Veloso responda na mesma moeda.

Este, será um jogo de golos. Resta saber quem vai marcar mais... terá de ser uma grande festa e se perdermos, paciência, não se pode exigir mais nas actuais condições. Quero é ver a evoluir e a honrar a camisola. Se o fizerem já ficarei feliz.

Vamos a eles!!!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Sporting 3 - Guimarães 1: Sarar as feridas,


Liga Sagres - 23ª Jornada

30 minutos a jogar com o Vitória de Guimarães, 60 minutos a pensar no Atlético Madrid. Esta foi, no meu entendimento, a forma como o Sporting encarou mais um jogo da Liga. Em campo tivemos o adversário directo na luta pelo... 4º lugar.

Fui para Alvalade com uma paz de espírito tremenda. O jogo seria evidentemente para ganhar, mas não poderia em momento nenhum claudicar a estratégia montada para a 2ª mão com o Atlético de Madrid já na próxima 5ª feira. Ou seja, lesões ou cansaço físico eram de evitar.

Entrar em Alvalade e encarar finalmente com um tapete quase perfeito dá um ânimo adicional. Assisti ao aquecimento das equipas e fui pensando que, efectivamente o Leão está a sarar as feridas. São muitas... e algumas delas profundamente dolorosas (as feitas pelas goleadas sofridas com os nossos principais rivais, os 4 directores para o futebol, a saída de Paulo Bento são as que ainda doem por estes dias). Mas nada como o tempo, a tranquilidade, a reflexão e o trabalho não curem. E ao ver o estádio encher, com muitos sorrisos no rosto, muitos miúdos, famílias inteiras, pensei onde andava esta onda verde - e ontem por ser o jogo dedicado ás mulheres com garra também pintado de rosa. Um aplauso para o marketing do Sporting que fez uma boa campanha com o resultado de ter conseguido obter uma assistência perto das 40 Mil pessoas.

Ou seja, o ambiente era bom, a tarde tinha sido de muito sol, o relvado em excelentes condições com a previsão de uma boa casa... o jogo só podia ser bom. Um Guimarães muito bem orientado por Paulo Sérgio - um dos poucos treinadores portugueses verdadeiramente tacticamente ofensivos - era o que se esperava, com destaque para um Nuno Assis, que na minha opinião deveria imediatamente regressar a Alvalade. É um grande jogador e a confirmarem-se algumas saídas do plantel, espero que
Costinha tenha na lista das suas preferências este Nuno Assis, que merece, na minha opinião, estar presente no Mundial de África.

Quanto ao Sporting, que depois de 4 jogos positivos e disputados em alta rotação, diametralmente opostos aos praticados na restante época, esperava um tirar o pé do acelerador, gerindo um jogo em função do próximo. Esperava até algumas mexidas no 11 inicial,
possibilitando a alguns jogadores recarregarem baterias para Quinta Feira. Mas enganei-me. Carlos Carvalhal mexeu apenas no essencial - João Pereira por Abel e Saleiro por Pereirinha. Mas o que me surpreendeu foi claramente o sistema apresentado - 4x1x3x2 - exactamente igual ao praticado - e tão criticado - por Paulo Bento. Com automatismos diferentes, é certo, mas com a matriz idêntica à delineada nas últimas 5/6 épocas.

E não é que o Sporting entra a 200 Km/h? Foi a melhor meia hora que vi o Sporting fazer esta época. Simplesmente, cilindrámos o Vitória no primeiro quarto de hora. Ritmo, pressão, jogadas ao primeiro toque, transições defesa ataque nitidamente pré-preparadas e uma eficácia terrível e deliciosa nos pormenores de
Liedson e Saleiro.

Eu vi, um vitória de Guimarães completamente atónito com a atitude empregue pelo Sporting nos primeiros minutos. Vi, aos 20 minutos um Paulo Sérgio em pânico, imaginando uma noite penosa e vi um estádio em delírio com estes 20 minutos. E só pensava... porquê só agora? No momento em que Saleiro marca aquele delicioso 3º golo e via todo o estádio em pé a gritar golo, pensei, o que teria sido este ciclo se pelo meio não tivéssemos tido aquelas 3 semanas penosas de Fevereiro. Enfim... a realidade é esta: hoje o Sporting está nitidamente a sarar as feridas. O Leão, que esteve às portas do coma profundo, fustigado por tudo o que de mal lhe poderia ter acontecido numa só época, lambe agora as feridas fitando no horizonte uma presas com quem tem de ajustar umas contas...

Quanto ao jogo, meia hora de puro futebol espectáculo. À chegada aos 30 minutos, mudança de estratégia. Travagem a fundo e estende-se a passadeira "vermelha" para a entrada de um outro artista de variedades em campo - Bruno Paixão. Ou seja, quando Paulo Sérgio já temia uma goleada histórica - e se não houvesse jogo na quinta provavelmente a vantagem de 3 golos seria certamente dilatada - o Sporting lembrou-se de que na Quinta há jogo e esse sim decisivo. Bruno Paixão, também apanhado de surpresa pela entrada "esfomeada" do Leão, depois da "pancada" entrou finalmente em jogo... e a partir daí, acabou o Sporting X Guimarães e começou o Bruno Paixão X Sporting. Não gosto de comentar arbitragens. Não quero falar de arbitragens. Mas este Bruno Paixão tira-me do sério... colocarem este "
apitador" em Alvalade é uma provocação pura à nossa nação Leonina. Ontem foi... mais uma para a história deste "lampião" nos jogos em que apita em Alvalade. O bom foi ter sido provavelmente o último jogo que ele apitou esta época com a nossa equipa. O mau... é que na próxima época voltará a arbitrar.

Destaque positivo da noite de ontem - o futebol de luxo apresentado pela equipa nos primeiros 30 minutos. Os golos de
Liedson e Saleiro. A forma e saúde física que a equipa respira. Os automatismos que finalmente aparecem nesta época e a veia goleadora da equipa. Não quero individualizar um jogador em especial, pois é o colectivo que está a fazer as minhas delícias nestes recentes jogos. Mas quero dar um destaque pessoal ao Carlos Carvalhal, que continuando a ser o "bombo da festa" de alguns pasquins, demonstra um sentido profissional de louvar e que prova, que a seriedade é, ainda, em alguns homens um sentido de honra. E honra lhe seja feita, estas vitórias são inteiramente da sua responsabilidade. Recuperar uma equipa destroçada pós Paulo Bento, depois destroçada de um ciclo penoso de eliminações, goleadas e derrotas na Liga como o das primeiras 3 semanas de Fevereiro. o escrevi aqui - Carvalhal não é na minha opinião a melhor opção para a próxima época - mas se é o André Vilas boas o escolhido como afirma o Record, prefiro mil vezes o Carvalhal. Mas estarei agradecido ao Carlos Carvalhal por tudo o que está a provar no Sporting. Quinta Feira é para ganhar Carlos!!!

Pela negativa... Miguel Veloso. Pareceu-me nitidamente alheado do jogo, até amuado. Não foi o Miguel Veloso que esta época tem brilhado ao mais alto nível. A sua entrada sobre Rui Miguel, onde levou o Amarelo, é a prova de que ontem não estava em campo. Espero um Miguel e grande na Quinta Feira. De negativo também a gestão das substituições. Com um jogo ganho na primeira parte e um decisivo jogo na próxima quinta feira, Carvalhal teria de ter refrescado a equipa mais cedo. Deixar uma substituição para os 90 minutos... não me faz muito sentido.

Foi um Domingo agradável em Alvalade. Era bom repetir já na Quinta feira. Não vamos entrar com excessiva euforia neste período, pois as feridas ainda estão a sarar. Manter a atitude, determinação e automatismos é essencial.

Para ver e rever o magnífico golo de
Liedson... só ao alcance dos predestinados. Vai ganhando na minha óptica o registo de a figura mais importante da época Leonina.

quinta-feira, 11 de março de 2010

At. Madrid 0 - Sporting 0: Colectivo Extraorinário


Liga Europa - 1ª Mão - 8ºs Final

Ninguém diria, exactamente à 1 mês atrás que o Sporting tinha um colectivo extraordinário. Mas, depois dos 90 minutos de hoje, sinto-me obrigado a sublinhar, o extraordinário jogo do Sporting em Madrid.

Não pelo domínio do jogo ou beleza do mesmo Mas sim pela objectividade com que a equipa encarou este jogo, determinada em não sofrer golos. O Sporting entrou em campo consciente de que esta era só a primeira parte de uma eliminatória.

Os primeiros 10 minutos foram totalmente do Sporting. Posse de bola, pressão na frente de ataque e manter o jogo longe da baliza de Rui Patrício. O 11 inicial trouxe uma surpresa: Bruno Pereirinha, dando largura ao meio campo ofensivo do 4x2x3x1. E Pereirinha correspondeu, dando velocidade e domínio de bola na frente do Sporting. E o corolário dessa estratégia foi um lance de génio de Liedson que levou a bola à barra da baliza do Atlético depois de um sublime chapéu ao guarda redes madrileno.

Mas a equipa jogava muito concentrada e com as linhas perfeitamente definidas no relvado, utilizando uma eficaz solidariedade entre sectores, quer a defender, quer a atacar. Mas... e há sempre um mas... Grimmi é expulso - nada a dizer sobre esta expulsão - aos 31 minutos. Foi demasiado abrupta a forma como o Sporting se viu privado de um jogador ainda numa fase inicial da partida. Com menos 1 jogador pensei que o Sporting ia retrair-se - e -lo mas não de forma desesperada - instigando a um maior caudal ofensivo do Atlético. Mas, o Sporting, que deu a posse de bola e o controle do jogo ao adversário, continuou com a cabeça fria. Veloso foi ocupar o lugar de Grimmi e Moutinho descia agora para o lado de Pedro Mendes. E mais um grande jogo de Pedro Mendes. É a sustentabilidade defensiva que o Sporting precisava desde o início da época. O Atlético tentava criar pressão sobre a equipa leonina, mas sempre de forma lenta, apática e sem arte.

Tacticamente, deu-me impressão que Carlos Carvalhal meteu neste jogo Quique Flores no bolso. O final da primeira parte chegou tranquilamente apesar de Aguero ter ainda tentado inventar a solo jogadas de perigo.

Na 2ª parte esperava uma entrada "furiosa" dos madrilenos, mas... em vez disso, surgiu o Sporting a controlar as operações e um Atlético sem soluções. Simão, Forland, Aguero foram de uma nulidade a toda a prova e só Reys provocava estragos, arrancando amarelos sucessivos às unidades defensivas do Sporting.

E a história terminava com uma expulsão desnecessária de Tonel em cima do minuto 90, que o impossibilita de jogar de hoje a 8 dias na 2ª mão.

4 minutos depois chegava o fim do jogo e com ele um merecido empate a zero. Atenção, é um resultado perigoso... mas ainda assim, inspirador para que no 2º acto desta eliminatória possamos levar de vencida a equipa de Madrid.

Para recordação fica uma consistente exibição táctica de um Sporting muito longe do mau período que nos deu em Fevereiro.

Notas positivas deste jogo - um excelente posicionamento da equipa durante uma hora a jogar com 10, os níveis de concentração e a excelente atitude demonstrada por todos os jogadores. Não houve 1 jogador que se destacasse mais que os restantes. Deste jogo fica o colectivo extraordinário que julgo ter hoje fortalecido, com esta exibição, os níveis de confiança de todo o plantel. E um sublinhado importante: Grande Exibição dos quase 5 mil adeptos que estiveram no Vicent Calderon. Foi lindo ouvir durante hora e meia as vozes da nossa nação. Parabéns a todos. De hoje a 8 será para incendiar Alvalade e lá estarei para dar o meu contributo.

De negativo... as 2 expulsões. Grimmi, 2 faltas, 2 amarelos e Tonel... não pode ter aquele comportamento. Podia ter sido comprometedor. Para castigo vai ver da bancada o jogo da 2ª mão.

E pronto, o 1º Acto está feito. Faltam 90 minutos. Um jogo onde terá de se esperar um Atlético de Madrid com outra atitude e que virá jogar no erro do Sporting. Resta-nos provar que somos melhor equipa e que estamos mais bem preparados para seguir rumo aos quartos de final.

Atlético Madrid - 1º Acto.

É no Vicent Calderon em Madrid que o Sporting joga hoje a 1ª Mão dos 8ºs de Final da Liga Europa. São perto de 5 mil os Sportinguistas que viajaram esta manhã para a capital espanhola com o objectivo de dar o máximo apoio possível durante os 90 minutos deste jogo. Tenho pena de não poder ter ido a Madrid, mas estou de corpo e alma com a equipa e com os bravos que lá estão para a apoiar.

Não será um jogo fácil. O Atlético Madrid sabe que joga aqui muito do seu orgulho, uma vez que ao nível da liga espanhola, a prestação do Atlético é em tudo pior que a do Sporting na nossa Liga. A presença deles na final da Taça do Rei atenua pelo menos os danos graves que um modesto lugar no meio da tabela em Espanha. N entanto é preciso não esquecer a tripla atacante madrilena: Simão, Fórlan e Aguero,aos quais se podem juntar ainda Reys e Tiago. Mas se a linha ofensiva é forte... a defesa, enfim, nem por isso e a prová-lo estão os 38 golos que a equipa já sofreu esta época na Liga.

E se o Atlético sofre muitos golos... nós estamos nesta fase a marcar muitos golos. E pode ser aqui o nosso ponto forte. Desejo no entanto que a equipa tenha consciência de que esta é só a primeira parte de uma eliminatória. Não cometer erros, manter a cabeça fria e entregar a mesma força e atitude que foi empregue contra o Everton e contra o Porto é essencial.

O Sporting deverá jogar no sistema 4x2x3x1 com Patrício, Grimmi, Tonel e Polga, Abel na linha defensiva, Pedro Mendes e Miguel Veloso a trincos, e depois Ismailov na direita, Moutinho ao centro e - Saleiro - na esquerda a jogar muito perto de Liedson,ou seja, esta equipa pode em qualquer momento crescer para o 4x1x3x2 com o meio campo em losângulo.

É com expectativa que aguardo o jogo. Um bom resultado em Madrid lançará para Lisboa a decisão da eliminatória e tudo vai depender da inspiração dos jogadores chave de cada equipa.

Nas declarações de Carlos Carvalhal denoto alguma amargura de como tem sido tratado em Portugal pela imprensa e - numa interpretação minha - pela própria estrutura da SAD. Optou por um discurso inteligente que deixa em aberto várias interpretações "Muito se diz, nada se confirma" aludindo às recentes notícias da contratação deste e daquele treinador. Tenho a certeza contudo de que na sua cabeça só está um pensamento, eliminar o Atlético Madrid. Estou com ele. Vamos a isso!!

terça-feira, 9 de março de 2010

Belenenses 0 - Sporting 4: Aperitivo para Madrid



Liga Sagres - 22ª Jornada

Em Belém, o Sporting cumpriu a sua obrigação, vencendo o último classificado, de forma eficaz, com Liedson a marcar pela primeira vez num jogo ao serviço do Sporting 4 golos.

O último jogador que o havia conseguido em Portugal também foi do Sporting e chama-se Carlos Bueño. Lembram-se? 4 golos em 15 minutos contra o Nacional em Alvalade.

Bom, mas relativamente a este jogo há algumas considerações a fazer. Desde logo a forma como a equipa geriu esforço e o jogo desde o apito inicial. Carlos Carvalhal apostou no 11 que lhe deu as 2 vitórias anteriores - Everton e Porto - e apostou também no mesmo sistema táctico dos mesmos 2 jogos. 4x2x3x1, com as peças dispostas da mesma forma. Grimmi, Tonel, Polga e Abel na linha defensiva, Pedro Mendes e Veloso a trinco, Ismailov, Moutinho e Yannick numa linha mais adiantada de moei campo e Liedson na frente... sozinho. Ora, se este sistema proporcionou 2 bons jogos contra 2 equipas que dão espaço e jogam o jogo pelo jogo - o mesmo já havia acontecido contra o Benfica em Alvalade para a Liga - em Belém, provou-se que o Sporting contra clubes que jogam para o pontinho, não pode jogar da mesma maneira, deixando na frente Liedson encaixado no meio de 2 ou 3 centrais mais 2 trincos. É difícil ao Sporting conseguir produzir oportunidades e golos de forma clara e continuada neste sistema.

Carvalhal também percebeu isso e ao intervalo, por força da lesão de Yannick, mudou o esquema e lançou Saleiro em campo.Esta mexida foi suficiente para que as primeiras oportunidades aparecessem logo nos primeiros minutos da 2ª parte. O Golo aparece aos 60 minutos e era uma questão de tempo até surgir o 2º golo. Acabaram por ser 4, de Liedson, sendo um 5º golo mal anulado a João Moutinho, que de calcanhar marcou um grande golo não sancionado. No sistema de 4x1x3x2, o Sporting ganha claramente no jogo ofensivo e vê as possibilidades aumentarem de abrir as defesas contrárias com 2 pontas de lança móveis como são Liedson e Saleiro.

No entanto, retiro deste jogo um facto importante... a frescura psicológica. Isso nota-se nas movimentações individuais, nos gestos dos jogadores e na forma como encaram cada disputa de bola. Até mesmo pela forma como a equipa festejou os golos e a alegria nítida de Liedson inspiram confiança para o que nos resta desta época.

A saída de Ismailov para a entrada de Matias em jogo, foi também positivamente conseguida, uma vez que dando descanso a Ismailov, Matias conseguiu dilacerar ainda mais a já frágil defesa do Belenenses.

3 jogos a marcar golos sem sofrer é positivo. E este jogo foi para mim um aperitivo do que se pode seguir em Madrid nesta quinta feira. Jogo, onde o importante é não sofrer golos, se possível marcar.

A equipa parece ter empurrado para trás das costas o mau momento de Fevereiro e agora parece objectivamente determinada em fazer boa figura na Liga Europa e segurar tranquilamente o... 4º lugar. E para isso será importante ganhar no próximo Domingo ao Vitória de Guimarães.

Carvalhal está com a equipa, apesar de tudo o que se vai dizendo sobre a sua situação em Alvalade e da forma como a SAD tem tratado - supostamente - o dossier da nova equipa técnica.

Notas positivas deste jogo - os 4 golos. Liedson de volta aos golos. Exibição positiva e inteligente, quer na gestão de esforço, quer no controlo do jogo e na minha opinião uma nítida subida de forma de Grimmi e... Abel (quem diria!).

De negativo há a registar a lesão de Yannick, que o impossibilita de ir a Madrid, num jogo onde a sua presença era essencial na manutenção estratégica de Carlos Carvalhal. Quero também dar nota negativa ao facto de não se perceber muito bem o que se passa com a comunicação do Sporting. Não houve desmentido nenhum oficial sobre a capa do Record com André Villas Boas (facto preocupante!). Não vi nenhuma tomada de posição da SAD sobre o assunto (ainda mais preocupante!). Vi uma espécie de "Black Out" não oficial com muitas mensagens nas entrelinhas e algumas delas pouco esclarecedoras. Mas deixo essa reflexão para mais tarde.

O que posso dizer é que, se Bettencourt aprecia tanto o modelo de gestão do Porto, parece entender muito pouco de como se fazem as coisas por lá em casos destes. No Porto, depois de uma capa num jornal com essa provocação, teríamos o presidente ao lado do actual treinador a seguir ao jogo de Belém, oferecendo-lhe a renovação, mesmo que a mesma não se concretizasse no final da época.

Isso é que era de Homem! Mas, vamos ver o que dão os próximos capítulos.


sábado, 6 de março de 2010

Para Memória Futura!!!

O Jornal Record perde hoje um cliente e um leitor assíduo. Com esta capa - Sábado 6 de Março - não merecem outro destino. Esta é a prova de que a falta de respeito para com o actual treinador do Sporting já não tem limites. Perdeu-se toda a vergonha. Depois das "Carvalhadas" nas capas de Fevereiro, e de Carlos Carvalhal ter respondido com 2 vitórias sem espinhas, eis que o pasquim da treta volta à carga com esta invenção, que tem por único objectivo atrapalhar no imediato o trabalho que está a ser efectuado em várias frentes no novo comando do Futebol do Sporting.

Estão errados se pensam que vamos engolir mais esta provocação. Esta capa ficará para memória futura, porque no dia em que o Sporting anunciar o seu treinador para as próximas temporadas, o que será lógico como já escrevi no post anterior, a não ser verdade o que aqui vem nesta capa, terão muito para levar da minha parte.

Assumo já e de forma clara que sou contra a contratação de André Villas Boas. Não é o treinador que o Sporting precisa no futuro imediato e já expliquei porquê. André pode vir no futuro a ser um grande treinador, mas o Sporting não vai correr riscos desnecessários com experiências que podem nos custar muito caro.

E será lógico pensar que Costinha, apesar de conhecer bem Villas Boas do tempo em que ambos estavam no FC Porto, terá na sua mente outras prioridades na construção da próxima equipa técnica do Sporting.

O único interesse do pasquim com esta capa é só um: "achincalhar" Carlos Carvalhal. Carvalhal não o merece e os Sportinguistas terão de assinalar de forma ruidosa mais esta provocação.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Não adianta especular...



Carlos Carvalhal não será treinador do Sporting na próxima época. Porquê? Pela razão simples de que o futuro do futebol profissional do Sporting terá de começar a partir de Maio, obrigatoriamente, da estaca Zero. E para isso terá de enterrar no imediato todos os fantasmas que o assolaram esta época.

Mas, Carvalhal é o menos culpado, dirão uns. Certo, mas, não pode ser apagado o terrível mês de Fevereiro e as humilhantes eliminações quer da Taça da Liga, quer da Taça de Portugal.

Arrastar para a próxima época estes fantasmas é começar logo com saldo negativo desde o início, pois não faltará quem, repetidamente virá relembrar que Carvalhal está ligado a 2 derrotas humilhantes frente a Porto e Benfica.

Mesmo com a clarissíma vitória no passado Domingo sobre o Porto... e mesmo que o Sporting ganhe na Luz para a Liga, o que sobrará para a próxima época é o penoso mês de Fevereiro.

E se Carvalhal ganhar a Liga Europa? - Perguntarão uns. Bom, será excelente para o seu currículo, será um sonho para todo o Universo Leonino. Será um momento sublime para quem tanto sofreu esta temporada. Mas... sejamos honestos, olhemos para as equipas em prova, para as possibilidades deste Sporting e chegamos à conclusão de que será extremamente difícil chegar sequer à Meia Final. Se no ano em que tínhamos uma excelente equipa, onde efectuámos uma época fantástica, na final da TAÇA UEFA, em casa, não a ganhámos... seria este ano que o iríamos conseguir? Se Carlos Carvalhal levar a equipa aos Quartos de Final, será extremamente positivo. Para ele e para o Sporting desta época. Mas, num quadro de eventual conquista da Liga Europa, acho que Carlos Carvalhal fechará um ciclo no Sporting e sairá com certeza por cima.

A questão de fundo que eu levanto é a de, não darmos desde o dia 1 da próxima época qualquer margem miníma para que as aves agoirentas venham escrever logo sobre os desígnios trágicos que, por esta ou por aquela razão, vão ensombrar logo o arranque da próxima época.

Temos mesmo de começar do Zero. Agradecemos o esforço, o empenho, o profissionalismo e a sabedoria de Carlos Carvalhal, mas, o Sporting tem de iniciar a próxima temporada Imaculado de assombrações do passado.

É nesse registo que encaro o discurso de Costinha e de José Eduardo Bettencourt. Numa altura em que Carvalhal consegue meritoriamente 2 excelentes vitórias, começam na imprensa os jogos psicológicos que pretendem tão só limitar a acção do Presidente e do novo Director para o Futebol. Mas, desejo que a determinação dos 2, não seja pressionável por quem tanta preocupação demonstra pelo Sporting de forma aparente mas que no fundo não deseja mais do que o seu contínuo enfraquecimento. E nessa medida, entenderei todos os discursos cínicos que defendem - e vão defender - a continuidade de Carlos Carvalhal como manobras que apenas pretendem minar o futuro do Sporting na próxima época. Prova disso mesmo foi a conferência de imprensa do pós jogo contra o Porto onde se percebeu que nunca haverá respeito por parte da comunicação social para com o actual treinador do Sporting. E se não há, quando o mesmo ganha categoricamente ao FC Porto, imaginem se o arranque da próxima época não for 100% vitorioso. Será um festival de "carvalhadas" nas capas dos pasquins... dirigidos por aqueles que agora começam, aqui e ali, a manipular as hostes Leoninas com o pretexto de que "Carvalhal até pode ser a melhor solução para a próxima época!"

Mas o Sporting, não precisa nem quer uma solução. O Sporting quer um novo projecto, uma linguagem e uma nova matriz técnica e táctica.

O futebol Profissional do Sporting precisa de um treinador imune à medíocre realidade da comunicação social nacional na área do futebol. Imune a manipulações, a jogos de interesse e sobretudo a armadilhas clássicas em que normalmente os menos avisados caem facilmente. Preparar a próxima época é construir uma nova equipe técnica completa, com bons preparadores físicos, com bons treinadores de guarda redes, adjuntos, observadores, bons intérpretes estatísticos, bons prospectores, um bom Manager e claro o Treinador.

Actualmente, estou deveras inclinado por uma opção estrangeira - e Boloni não é de certeza. Olho para as opções Nacionais e tirando uma ou duas hipóteses - muito pouco prováveis de momento - não há um treinador com verdadeiro ADN para pegar no Sporting e transformá-lo num clube com a dimensão que desejamos.

As vantagens de ser um treinador estrangeiro neste momento parecem-me óbvias. A começar pelo alheamento que terá do passado recente do clube, nomeadamente a da má época em vigência. Depois, todas as vantagens na relação, respeito e nova forma de comunicação para o exterior, comunicação social incluída. Credibilidade internacional é necessária. Terá de ser um treinador com conquistas no seu palmarés. Lógico que não será nenhum Guardiola, mas será alguém com uma visão moderna do futebol e das suas implicações nas demais áreas na vida de um clube.

Se me perguntam qual o país de origem onde deve o Sporting recrutar esta nova equipa técnica... aponto para França. Então quem sugiro? Não adianta especular. Acredito que Costinha já terá passado as suas ideias claras a José Eduardo Bettencourt.

Quanto a Carlos Carvalhal, lá vira o momento dos agradecimentos, mas desejo-lhe tudo de bom, em particular, até ao final desta época.



segunda-feira, 1 de março de 2010

Sporting 3 - Porto 0: Ser ou não ser? Eis a questão.



Liga Sagres, 21ª Jornada

Afinal, somos maus ou bons? Somos inteligentes ou burros? Somos uma equipa ou um conjunto de miúdos que joga a bola só para "matar" o tempo? Temos ou não um bom treinador? Vai ou não ficar para o próximo ano? E Bettencourt? É agora um bom ou mau presidente? Estão ou não todos os problemas resolvido em Alvalade?

Muitas destas questões sopraram os pensamentos do Universo Leonino depois da Grande Exibição do Sporting frente ao tetra campeão, que vê arrumada ontem a sua luta pelo título. Foi uma vitória que me soube... a mel e a fel. A Mel porque foi esmagadora em qualidade e resultado, frente a uma equipa pela qual não nutro de momento nenhuma simpatia. Muito pelo que já escrevi em post anterior e que incide sobre o "Taberneiro da Madalena" (vulgo Pinto da Costa). Soube a Fel... porque ver a equipa jogar assim é uma dor de alma, pelo simples facto de que era esta a atitude que deveriam ter tido desde o início. Tivéssemos abordado a época com esta atitude e... provavelmente a história desta época seria outra sem dúvida.

Questiono-me onde foi dado o click. O que os fez despertar de um dia para o outro. Como é possível ser goleado no espaço de 8 dias pelos históricos rivais e empatar contra um Paços e um Olhanense e depois... eliminar um Everton sem espinhas e arrumar o Porto de forma limpa na luta pelo campeonato.

Repararam na expressão de Jesualdo Ferreira durante a 2ª parte do jogo? Eu nunca o tinha visto com aquela expressão enquanto treinador do Porto. nem, quando no ano passado, encaixava 4 na meia final da Taça da Liga, precisamente contra o Sporting. Aquela cara implicava muito mais do que apenas a noção que o Campeonato... já era. A cara de Jesualdo, na minha opinião, era perceber que estava assinada pelo o Sporting - quem diria depois da goleada e dos sorrisos da meia final da Taça - a sua sentença enquanto treinador do FC Porto.

Em sentido contrário, temos um Carvalhal, solitário, a renascer das cinzas depois de 3 semanas de terror absoluto. Depois a eliminatória contra o Everton - que recordo tinha brindado o Man United com 3 no fim de semana antes de Alvalade - e de passar a ferro o actual Campeão Nacional, a continuar assim como ficará a sua posição em Alvalade? Ainda por cima, num momento em que já se fala num nome - e que nome! - para pegar na equipa na próxima época? Já tínhamos muitos problemas esta época, mas com estas 2 vitórias, Bettencourt ganha um novo problema... e bicudo. Se Carvalhal Eliminar o Atlético de Madrid e ganhar na Luz... deveremos ou não renovar com Carvalhal?

Em menos de uma semana, todos os cenários previsíveis caíram. E agora? Da minha parte, não me resta mais do que apoiar a equipa até ao fim. Até sempre. E agradeço, do fundo do meu coração, a belíssima vitória frente a quem nos apelida de anormais.

Quanto ao jogo... bom, confesso que depois do Everton, não esperava uma tão clara vitória sobre o Porto. Pensei que o ânimo da equipa ia pelo menos dificultar a determinação dos jogadores portistas em ganhar a tudo e a todos como demonstraram na goleada frente do Braga. Acreditava num resultado que oscilava entre o empate ou a vitória para qualquer um dos clubes pela margem miníma.

Mas, o que aconteceu foi... a repetição da Eliminatória na Liga Europa. O Sporting entrou determinado, com força, com pulmão, concentrado e simplesmente afinados tacticamente.

Há que fazer justiça. Carlos Carvalhal tem todo o mérito nestas 2 vitórias. É, na minha opinião, responsável pelas derrotas e humilhações que sofremos neste mês de Fevereiro. Mas - e assim se vê quem tem fibra de vencedor - deu a volta ao texto e colocou a equipa a jogar futebol e de forma surpreendente pela positiva. É um sinal? Não sei. Ainda é cedo. Preciso de mais provas de que é o homem certo para o futuro. Para isso quero ver como será o embate com o Atlético Madrid e no jogo da Luz. Sim, porque, se arrumámos com os portistas na sua luta pelo título, do pouco prazer que ainda me resta até ao final desta época, retirar na Luz a possibilidade ao Benfica de se sagrar campeão - ou dificultar essa tarefa - será dar paz à nossa alma leonina.

O Sporting alinhou com o mesmo 11 que entrou em campo contra o Everton: Patrício; Grimmi; Tonel e Carriço; Abel. A trinco uma dupla - Pedro Mendes e Miguel Veloso. Na frente encostados às linhas Yannick à esquerda e Ismailov na direita. Moutinho jogou a 10 nas costas de Liedson. Ou seja, novamente o 4x2x3x1. Este sistema tem uma dualidade tramada na abordagem o jogo. Ou seja, se uma equipa que entra com este sistema em campo e entra "por cima" no jogo, dificilmente o adversário pegará no jogo. Mas se a equipa entra "por baixo" e deixa o adversário dominar o início do jogo e se este marca um golo, este sistema dificilmente dará a volta. E no Sporting existe um "se não" - Liedson, jogador que não está talhado para jogar neste sistema, onde se exige ao ponta de lança um desgaste físico enorme.

Mas Carvalhal, tem como seu sistema preferido este 4x2x3x1 e apostou no momento certo - para mim de forma inesperada - para voltar a pegar neste sistema. Relembro que jogámos assim contra o Hertha em Berlim, com o Benfica em casa, Leiria em casa... jogos que não ganhámos.

A equipa... chegou à véspera da 2ª mão contra o Everton "ligada à maquina". O estado vegetativo a que chegámos só implicava um sentido: eliminação da liga Europa e encerrar o capítulo 2009/2010 no livro da história - Enorme! - do nosso Sporting.

E quando já nos preparávamos para desligar a máquina eis que o Leão "estrebuchou" e rugiu. E não é que o animal está a reerguer-se?

Aspectos positivos deste jogo são muitos... mas quero destacar o regresso do público a Alvalade, a alegria que se via nos olhos leoninos após o jogo e o lavar da alma, que saiu da amargura em 72 horas para aquecer o orgulho de ser Sempre Sporting.

Destacar Yannick pelo sentido de explosão e velocidade que imprimiu ao Sporting nestes 2 jogos. Miguel Veloso pelos bons jogos e pelos golos. Moutinho que voltou em 2 jogos a mostrar a razão pela qual no passado todos falavam nele como o patrão de qualquer equipa. E... Pedro Mendes. Coloquei aqui dúvidas sobre se a contratação de Pedro Mendes seria a necessária. Hoje reconheço que estava errado na pergunta. Deveria ser sempre a contratação prioritária. Que grande jogador! O pilar que faltava no Sporting. Imaginem que este homem tinha vindo para o Sporting na época passada? Ou no início desta época? Liedson, outro grande jogo. Pôs permanentemente em sentido os centrais do Porto. Tonel e Carriço, nova boa exibição. Grimmi... se fosse sempre assim... e Abel, melhor que em toda a época. A terminar, Ismailov. Já tenho poucos adjectivos para dar a este jogador. A sua apetência para marcar golos excelentes ao Porto é admirável mas, a forma como festejou este golo em particular é... em toda a sua dimensão de uma grande Sportinguismo. Para mim fez os 2 melhores jogos da época.

Saúdo os saltos enormes do nosso Paulinho festejando os golos.

Pela Negativa... um Porto sem Estofo de Campeão! Não digeriu as vitórias de Benfica e Braga e acagaçou-se com o jogão do Sporting contra o Everton. Só foi pena não terem levado com um 4º golo para a conta ficar redondinha. Vibrei com os olés, que deve ter doido muito mais aos adeptos portistas do que os olés que nos ouvimos à 4 semanas no Dragão. Não fosse o campeonato mais importante que a Taça de Portugal.

Ainda pela Negativa... a tristeza de jornalistas que temos em Portugal. A mediocridade é tão grande, tão grande, que dá a volta e acaba por só nos fazer rir. Jesualdo Ferreira perde "O" jogo que lhe retira praticamente a possibilidade de lutar pelo título e os jornalistas acobardam-se e não fazem as perguntas difíceis. Têm medo. Carlos Carvalhal ganha o jogo, com total mérito da sua parte e o que fazem os jornalistas? Lançam questões que só podem partir de quem não respeita o homem e a instituição que ele representa. Perguntar se o Costinha tem mérito nestas 2 vitórias? Perguntar se com estas 2 vitórias ganha o direito a exigir a renovação? Ouvi e revi a conferência de imprensa e só sei dizer que Carvalhal fez uma grande exibição no auditório de Alvalade. Querem enterrar o homem à força... mas vão ter que levar com ele e espero que, mesmo não renovando no final da época, consiga através do Sporting esmagar com a sua inteligência e humildade a mediocridade de quem verdadeiramente sente prazer em "achincalhar" o Sporting Clube de Portugal.

Aos jornalistas que estiveram na conferência de imprensa deste Sporting - Porto poderia dizer o mesmo que Maradona disse aos jornalistas argentinos. Mas deixo essa para o Carvalhal a dizer nas entrelinhas do seu discurso. De mim só levam isto: TENHAM VERGONHA!!!!