terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Poderá ser 2011 um ano melhor?


A resposta a esta questão vai ser dada por este homem - José Couceiro - esta quarta feira, na apresentação de uma nova estrutura para o futebol profissional do Sporting.

Sem ninguém esperar, saiu esta terça feira um comunicado da SAD Leonina informando de que José Couceiro, 48 anos, será o novo homem forte para o futebol, em Alvalade, assumindo o cargo Director Geral, com funções alargadas à gestão na área da formação efectuada na Academia e para a organização do scouting e observação de novos talentos espalhados pelos 4 cantos do mundo.

Apelando ao momento natalício que atravessamos, será um brinde ou uma fava, esta notícia que deixa para já o universo leonino estupefacto?

Em Alvalade corria o sentimento de que, alguma coisa tinha de ser feita. Para os mais práticos, são cabeças que têm de rolar. A do presidente, do director para o futebol ou até mesmo a do treinador... e para os mais fundamentalistas, até o roupeiro deveria ir à vida. Para os mais pacientes, a aposta na manutenção da estrutura, com possibilidades de apoio à vinda de um novo treinador, desde que fosse alguém que fosse uma mais valia clara no aspecto técnico.

Bettencourt, avançou para uma terceira via. Retira-se (?) do quadro estrutural de organização e gestão o futebol, para dar lugar a um director geral, mantendo-se apenas no topo hierárquico, para dar a cara quando a coisa correr bem... ou mal, entregando o poder do futebol a um sportinguista, que conhece a casa, que tem sangue leonino, que acumulou experiência, interna e externa, em momentos e funções que enriqueceram em vários quadrantes da sua personalidade a cultura futebolística.

É a solução que todos desejávamos? Para a maioria não, é antes uma surpresa, sem impacto positivo ou negativo imediato nas esperanças Leoninas. Para uma minoria, permanentemente contestatária, claro que não é.

Li já em vários blogues, opiniões - dos sempre do contra - que Couceiro pertence à brigada do croquete, que é um "roquettista", que alinha pela actual direcção, que será um testa de ferro de Bettencourt, que Costinha perde poder, que este deveria demitir-se... enfim, o apocalipse do costume, desenhado por aqueles, que à partida, estão sempre contra.

Qual é a minha opinião? Bom, Couceiro já esteve no Sporting com as funções agora ocupadas por Costinha. Foi em 98, um ano também ele desastroso, mas que curiosamente abriu portas para o título que aconteceria pouco mais de um ano depois.

Recordo-me, que Couceiro entra e traz com ele Carlos Manuel para treinador... que se revelaria desastre absoluto. E com esse desastre, Couceiro sairia pouco tempo depois e se a memória não me falha, com algum reboliço... como é apanágio em Alvalade.

Ora, à primeira impressão, honestamente, não compreendo esta alteração na estrutura. Se fizer um esforço, talvez consiga vislumbrar a intenção do Presidente. Com a sua imagem debilitada, Bettencourt, entende que tem de sair de cena. Ele, que tem estado desde a sua eleição, sempre na linha da frente, pronto a acudir a todos os incêndios, umas vezes bem, umas vezes mal. Aparecer um Director Geral para o futebol, remete Bettencourt para a "sombra" por forma a dedicar mais tempo à recuperação do clube em outras áreas para além do futebol. Estão a chegar novos desafios na vida do clube. Novo Pavilhão, recuperação da massa associativa, enquadramento das modalidades na nova realidade financeira e estrutural do Sporting. O futebol, terá aprendido Bettencourt, é uma autentica máquina de triturar e ele próprio já sentia as lâminas a rasparem-lhe nos pés.

Desta forma, deixa o trabalho, a estratégia, as apostas e o desgaste para um novo elemento, tirando assim, um coelho da cartola... resta saber se o coelho é um daqueles sempre com genica para procriar, ou se vem já com a "malina", doença fatal, que pouco tempo de vida dá aos coelhos.

Mas, a pergunta que me assola é, mas então que papel está reservado para Costinha? Como funcionará esta dupla? Existirá sintonia? Há um plano? Falarão a mesma língua? Terão claros o papel de cada um e entenderão de forma objectiva o organograma que será apresentado esta quarta feira?

Vamos aguardar... mas confesso que, para já, esta medida deixa-me com algumas dúvidas quanto à sua eficiência.

Mas, dou o benefício da dúvida. Há por essa Europa fora, muitos clubes de grande representatividade, que têm um organograma para o futebol semelhante a este que Bettencourt quer impor no Sporting. E não é preciso ir muito longe. Real Madrid é um desses casos, tendo com Director Desportivo o Miguel Porlan (numa posição onde está Costinha no Sporting) e tem Manuel Redondo como Director Geral. O Real tem ainda o Director Jorge Valdano que faz o papel de responsável máximo do futebol, respondendo apenas a Florentino Perez - papel que julgo caberá a José Couceiro.

É a estrutura ideal? No Real Madrid tem dias... como será em Alvalade?
2010 chega ao fim. Foi terrível. Dos piores que me lembro.
Como será 2011?

Espero que Couceiro tenha uma entrada de Leão e ilumine a esperança Leonina dando mostra no seu discurso de posse, aquilo que o universo Leonino precisa de ouvir e sobre tudo... acreditar.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

2010: Um Ano para reflectir.



Estamos no final de mais um ano civil e comecam os balanços para os melhores, piores do ano. No Sporting, resume-se o balanço a uma palavra: miséria futebolística!

2009 não foi famoso, chegámos aos oitavos de final da Champions League, no final de 2008 e por aí ficámos no que a bons resultados diz respeito ao futebol profissional do Sporting. E é do futebol profisional do Sporting que vou escrever.

2009, começámos com a eliminação traumática na champions contra o Bayern de Munique, perdemos a Taça da Liga para as galinhas na célebre Taça Lúcilio Batista... e desde esse momento foi sempre a descer. Paulo Bento, desgastado vê uma bancada cada vez mais contra ele. Bettencourt ganha as eleições, renova com Bento que não consegue o apuramento de novo para a champions por causa de uma arbitragem escandalosa em Alvalade contra italianos do Génova. Um mau começo de época - por contra posto com um ínicio de época das galinhas de JJ alucinante - coloca Paulo Bento na mira da bancada Leonina que... sem piedade, o empurra para fora de Alvalade.

O final de 2009, deixa adivinhar um longo calvário para o ano seguinte.

Não estava errado... 2010 não podia ser pior. 2 treinadores - Carvalhal e Paulo Sérgio - 3 directores desportivos - Sá Pinto, Salema e Costinha - goleados no Dragão para a Taça de Portugal, goleados em casa frente ao galináceos na meia final da Taça da Liga. Venda para um rival do nosso capitão por metade da clásula de rescisão, venda ao clube italiano que nos tirou a champions de 2009 de outro jogador da Academia, também por metade da clásula de rescisão. Arredados da luta por 2 títulos em menos de 12 meses e nova eliminação da Taça de Portugal 2010 / 2011. A juntar a este descritivo sucinto, provavelmente a média de espectadores mais baixa de sempre no estádio de Alvalade e a maior contestação registada na blogo-esfera, redes socias e afins, onde se dispara em todos os sentidos sem saber muito bem a que alvo apontar realmente. Não me recordo de um ano tão mau de Sporting e já levo 37.

O que podemos salvar deste ano? Do futebol? Por mais que me esforce, não consigo salvar nada.

Sinto-me triste. Ver o jogo do passado Sábado, contra o Setúbal e aceitar a eliminação com um encolher de ombros, foi para mim bater no fundo.

De quem é a culpa? Sejamos honestos: é minha, nossa... é todos os Sportinguistas. Ninguém, que viva o Sporting de Alma e Coração, pode estar isento de culpa. Por todos os motivos. Somos todos culpados. Somos uma família destroçada, zangada, amargurada, fraccionada, desnorteada e sem remédio à vista. Só estamos ligados por 1 único motivo: este nosso Grande Amor que se chama Sporting Clube de Portugal.

Problemas, mais que muitos. Soluções? Cada cabeça sua sentença. De tudo o que tenho reflectido, espremido, lido, ouvido, mastigado e amargado, só sobra uma única pergunta: como chegámos até aqui?

Esta é a pergunta que marca a minha actualidade leonina. Esta é a pergunta que mói a minha Alma, que não morre, mas dói. Todos os dias. Venho a este espaço de reflexão, quero escrever, deitar fora a mágoa, descarregar em A, B, C todas as culpas. mas acabo por sair, sem escrever uma única palavra. E acreditem, o meu silêncio, castiga-me mais do que qualquer fácil verborreia, contra ou a favor da corrente instalada na web.

Nestes ultimos anos, tenho pautado o discurso por uma linha definida no seguinte contexto: O Sporting precisa mais de nós do que qualquer um de nós imagina.

A foto postada em cima, mostra 3 responsaveis pelo actual momento do futebol Leonino. É sobre eles que recaem 90% das criticas expressa por todos. Com mais, ou menos razão, é certo que efectivamente têm responsabilidades do ano miserável que estamos a terminar. Mas não são os únicos... pois ainda correm pelos corredores de Alvalade, algumas ratazanas que se estão perfeitamente nas tintas para a bola que entra ou bate no poste, desde que continuem a ser cumpridas "as garantias".

Pede-se a cabeça do Presidente, do Director para o Futebol, do Treinador... mas friamente, alguém acredita que a saída destes, ou a entrada de outros, vai mudar este cenário?

Será que sem perceber o que realmente nos trouxe até este estado, sem compreender onde estão os erros cometidos e porque foram cometidos, mas de forma profunda, séria, sem clivagens de facções, de forma transparente e objectiva, vamos conseguir sair deste cenário?

A política da terra queimada será a solução? Na minha opinião não. Então mas o actual estado deve continuar? Não.

Que solução então?
Esforço, Dedicação, Devoção e Glória.

A solução do Sporting está no significado destas 4 palavras em toda a sua extensão. E só quando, toda a familia compreender em sintonia o seu significado e o aplicar a favor do Sporting sem estar contra este ou aquele, é que encontraremos outra vez o caminho que levou este clube ao lugar de maior potência desportiva nacional e uma das maiores do mundo.

Quero muito encerrar 2010 e esquecer rapidamente os resultados da equipa de futebol. Pressinto no entanto que 2011 não vai ser fácil.

Uma coisa deixo clara, comigo, a equipa e o simbolo que transportam ao peito nunca caminhará sozinha.

Sempre Sporting.



Coração de Leão

domingo, 21 de novembro de 2010

1º Terço da época concluído. Que Balanço?


O Sporting acaba de eliminar o Paços de Ferreira na 2ª ronda da Taça de Portugal. Está concluído o primeiro terço da época. O jogo de hoje foi pobre. Jogo fraco, pouco público, péssima arbitragem - mais uma - Bruno Paixão... enfim, é o que se pôde arranjar para este final de Domingo. Estive ausente do blogue ao longo deste mês por motivos profissionais. Desejo voltar ao ritmo de posts que mantive ao longo do ano. Infelizmente, esta pausa acontece num período de altos e baixos do Sporting. Assim e resumidamente como é que eu vi o Sporting desde do jogo em casa com o Gent?

24 de Outubro - 1ª Liga: Sporting 1 Vs. Rio Ave 0 - O Rio Ave veio a Alvalade apenas com uma missão: travar o Sporting. E ia conseguindo-o, não fosse no final um remate surpresa de Abel, que arrancou a vitória a ferros. Um jogo com resultado merecido, com um Sporting a querer dar mostras de "engatar" nas vitórias.

31 de Outubro - 1ª Liga - Leiria 1 Vs. Sporting 2 - Um jogo bem conseguido do Sporting contra uma União de Leiria bem arrumada e sem complexos. Valdes foi o homem do jogo. Finalmente o chileno mostra os créditos que os mais pacientes têm defendido. O Sporting começa a aspirar aos lugares cimeiros da tabela e a cimentar cultura de vitória nesta época.

4 de Novembro - Liga Europa - Gent 3 Vs. Sporting 1 - descarrilamento. Paulo Sérgio tem aqui responsabilidades. O Sporting que vem de uma dinâmica de vitórias, entra em Gent anestesiado por uma estratégia de... aconteça o que acontecer o apuramento já não foge. E qual foi o resultado? Derrota e encaixe de uma má estratégia e gestão do jogo que podia facilmente ter sido favorável às nossas cores. Esta derrota, apesar de não mexer nos objectivos da Liga Europa vem assombrar de novo a credibilidade do plantel e a fiabilidade que vinha conquistando nos últimos jogos. Disse para mim que esta derrota não ia cair "em Saco Roto".

8 de Novembro - 1ª Liga - Sporting 2 Vs Guimarães 3 - e não é que perdemos outra vez. Jogo inacreditável. O Sporting faz talvez uma das melhores primeiras partes da época e faz a pior 2ª parte da época. Este foi daqueles jogos que me irritaram profundamente. O 2º lugar estava na mão, a estabilidade das vitórias na Liga parecia ter chegado para ficar e a equipa podia ganhar balanço para um segundo terço de época com mais fulgor, mais querer e com a vitória sempre na cabeça. Maniche foi, para mim, responsável em grande parte pela reviravolta no marcador a favor dos minhotos. Mas, não foi o único responsável. Paulo Sérgio geriu mal a 2ª parte. Mexeu tarde e quando mexeu foi em desespero e desestabilizadora. Ou seja, depois da derrota sofrida na Bélgica, era este o epílogo de 5 dias para esquecer e que provavelmente vão marcar negativamente a massa adepta que estava no bom caminho para dar mais calor e apoio a uma equipa que precisa urgentemente de ter a massa adepta do seu lado.

13 de Novembro - 1ª Liga - Académica 1 Vs. Sporting 2 - Não estava com muita fé neste jogo. A Académica está a jogar muito bem e nós tínhamos deitado por terra uma recuperação que estava a convencer os mais cépticos. Mas lá ganhámos em Coimbra, e bem e voltámos a recomeçar do zero. O líder leva 13 pontos de avanço e será o próximo adversário.

E hoje, cumprimos a nossa obrigação. Eliminámos o Paços, seguimos em frente numa prova que é para ganhar.

Os mais e os os menos deste primeiros terço de época:

Os Mais:

Hélder Postiga - está a provar que é um dos melhores pontas de lança portugueses. Parece ter chegado ao fim da travessia no deserto. Não só no campo, como fora dele, Hélder tem estado bem. Fisicamente forte, mentalmente determinado a cumprir as profecias que lhe indicavam o caminho de ser um dos melhores avançados nacionais.

Valdes - a adaptação a um clube novo, uma cidade, um país, novos métodos, outro ritmo competitivo, nunca é fácil. E torna-se ainda mais díficil, quando o clube em causa, com aspirações fortes, entra com o pé esquerdo na época. Mas aos poucos vai mostrando que é um jogador com classe e cheio de potencial. Vamos esperar por um outro patamar da competição e confirmar que esta aquisição ainda nos vai dar muitas alegrias.

Diogo Salomão - tinha dito aqui no início da época que este miúdo ia ser uma grande revelação. Mas, dentro de todo o seu potencial, acho que a gestão que está a ser feita da sua integração tem sido inteligente.

Menos:

Ismailov - não escondo que foi durante muito tempo o meu jogador preferido no plantel. Mas, tudo o que aconteceu nestes últimos meses desiludiu-me muito. A esta hora, o russo, já não conta para este campeonato. Infelizmente perdemos um jogador enorme.

Matias - não há meio de explodir. Promete, promete... mas não explode. Vai perdendo espaço de manobra no 11.

Paulo Sérgio - apoiei a sua contratação. É um treinador promissor e que tem um perfil para vingar num clube como o Sporting. Mas tem sido capaz do melhor e do pior. Não tem sido coerente nas suas escolhas e no modelo de jogo. Hoje voltou a mexer no xadrez e a equipa não correspondeu. Perdeu na Luz, num mau jogo. Tem o Porto agora em casa. Uma derrota pode encurtar as suas aspirações em Alvalade, vai colocá-lo no fio da navalha e obrigar a gerir em esforço uma época que dificilmente será de sonho e que facilmente se pode tornar num pesadelo maior do que a anterior.

Como balanço final, o primeiro terço da época foi um falhanço. O Sporting, que quis começar do zero, teve tempo suficiente - Paulo Sérgio foi contratado ainda em Abril - para dotar uma estratégia séria, vencedora e sobretudo competitiva. Bettencourt depois de uma época pesadelo tinha obrigatoriamente de forçar um inicio de uma nova época mais arrebatadora. Assim não aconteceu e pelo andar da carruagem, dificilmente o será. Costinha entregou-se ao silêncio e senta-se agora no banco ao lado de Paulo Sérgio. Para já, o saldo das expectativas para esta época 2010 - 2011 vai negativo. Como serão os 2 próximos terços? Mais do mesmo? Provavelmente diz a maioria. Ou vamos recuperar para 2 terços de sonho? No Sábado, depois do jogo, frente ao Porto, somos capaz de ter uma resposta. Até lá, façamos desta semana, uma semana de forte apoio e vamos encher Alvalade para que sintam os jogadores que o Sporting é o nosso grande Amor.


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sporting 5 - Gent - 1: Deixem-nos trabalhar!

3ª jornada - Grupo C - Liga Europa

Fase de grupos da Liga Europa, 3 jogos, 3 vitórias, 9 pontos e praticamente apuramento conseguido para os 16 avos de final. 5 a 1 frente aos belgas do Gent. 12 Golos Marcados. 2 sofridos. Aos quais podemos ainda juntar mais 6 golos marcados na fase de apuramento e 3 sofridos. Nesta época, na Liga Europa, somamos 6 vitórias e 1 derrota. São apenas dados estatísticos. Valem o que valem... mas na minha opinião valem alguma coisa. Mostram que esta equipa não é tão fraca como a pintam. Na Europa, o Sporting joga mais descomplexado. Nas competições caseiras... estamos mais "expostos" aos treinadores da treta que jogam com o Sporting com o princípio de o neutralizarem - "José Mota dixit" - de o irritar, impacientar e nunca com o propósito de lutarem pela vitória. Se ela acontecer é brinde e nunca objectivo cumprido.

Mas, tal como aconteceu com o jogo contra o Levski Sofia, onde também demos 5, não vamos embandeirar que tudo será mais fácil a partir daqui. Ainda é cedo. A equipa está a embalar, isso é certo. Julgo que Paulo Sérgio está mais "dentro" do Sporting, conhece melhor os jogadores que tem à disposição e está finalmente a acertar detalhes na montagem da equipa que vão dar muitos frutos ao longo da época. Honestamente, a abordagem a este jogo, para mim valeu por 2 detalhes: Hilldbrand na baliza - apesar da infelicidade no golo Belga - e novamente Postiga e Liedson juntos na frente, num momento em que todos perguntavam em tom malicioso, o que iria fazer Paulo Sérgio com Liedson.

Ora a resposta está dada. Mas terá que ser sustentada já no imediato. Ou seja, para mim, o 11 definitivo do Sporting não anda muito longe do apresentado hoje, onde apenas recuaria João Pereira para lateral direito - e que grande jogo fez hoje ele - para dar entrada a Vuckcevic e a saída de André Santos para a entrada de Pedro Mendes. Salomão pode segurar o lugar, Maniche vai alternar com Matias. Mas não andaremos longe desta realidade. Sendo que Ismailov é para já uma infeliz incógnita, que se for superada estará no lugar de Salomão, que será sempre um suplente de luxo em qualquer momento.

Sinto que o balão de pressão já esvaziou o suficiente para deixar respirar o plantel e a equipa técnica. Uma vitória séria, com golos e incontestável no próximo Domingo dará energia suficiente para que neste novo ciclo - após paragens para jogos de selecção - possamos dar um salto para os lugares da frente na liga. O Sporting tem de chegar ao Natal nos 3 primeiros lugares e pelo menos conquistar 3 a 6 pontos ao Líder. Se assim for, podemos partir para uma 2ª volta explosiva e aí... tudo é possível.

Nitidamente, avaliando o nosso plantel e a sua capacidade, acredito que rapidamente nos vamos colar aos lugares cimeiros e lutar pela redução de pontos que nos distanciam dos nossos principais adversários.

Para isso é fundamental que deixemos trabalhar Paulo Sérgio. Ele precisa de tempo, espaço e que fundamentalmente a "bancada" acredite nele. Precisamos de lhe dar apoio. Domingo será uma boa oportunidade. A equipa precisa de acreditar nela. Se Liedson engatar e Postiga mantiver o ritmo... se na baliza Hilldbrand pegar de estaca e recuperarmos rapidamente o Pedro Mendes, acreditem que, vamos ter Sporting e este mau arranque na Liga rapidamente será superado. Fazendo a ponte para o meu último post... Unidos Venceremos. Pensem positivo e acreditem. Nós podemos - e devemos - empurrar a equipa para um ciclo mais vitorioso. Este campeonato vai dar ainda muitas surpresas.

Para já... só interessa um único pensamento: ganhar no Domingo ao Rio Ave de Carlos Brito que virá com certeza a Alvalade apenas com o propósito de "neutralizar" o nosso Sporting.

Vamos para cima deles, sem piedade por favor.


domingo, 10 de outubro de 2010

Unidos Venceremos. Divididos Morreremos.


Nas últimas semanas, o meu silêncio por aqui tem apenas uma razão... reflectir sobre de que forma posso ajudar o Sporting a ultrapassar este já longo momento de agonia. Tenho feito uma reflexão profunda e ao mesmo tempo tenho lido o que escrevem outros consócios em outros blogues e fóruns do e sobre Sporting. Os tempos, praticamente desde à 2 anos para cá, apenas nos tem trazido dissabores. A vários níveis. Mas onde dói mais é na prestação da nossa equipa sénior no rectângulo de jogo. Ninguém sai ileso. Todos temos responsabilidades. Eu, tu, nós todos... que amamos este clube de forma inequívoca e que sofremos por causa desse mesmo amor.


Há um estranho fado que nos envolve... provocado apenas e só por lutas palacianas, que continuam e vão continuar a fazer mossa na Alma Leonina. Honestamente estou farto. Farto de um núcleo de pouco mais de 50 ou 60 pessoas que apenas ambicionam protagonismo a qualquer preço à custa das desgraças do clube. Tudo o que é bom no Sporting é para queimar e depressa.


Por exemplo... Paulo Bento. À 1 ano atrás escrevi este post. Vítima da cegueira futebolistica, da falta de visão, de paciência, da lógica e... da inteligência da bancada leonina, a saída de Paulo Bento é para mim um exemplo claro de um clube que não quer mais do que viver enclausurado numa espécie de "gaiola das malucas". Um ano depois, Paulo Bento ai está. Já é o maior. Todos aqueles que lhe roeram as cordas pelas quais estava pendurado em Alvalade, todos aqueles que lhe minaram o caminho que traçou para o clube, todos aqueles que lhe "cuspiram" na cara através de televisões, jornais e rádios... hoje remetem-se ao silêncio, querem passar despercebidos, soltando entre murmúrios... é o homem certo para a selecção. E de todos esses ainda há um núcleo de "putas" dos microfones que de sorriso largo - um ano depois de o terem queimado permanentemente durante longas semanas vão vomitando pérolas como esta e outras que estão para chegar de gentinha como Rui Santos, Alexandre Pais, João Gobern, Vítor Santos, João Querido Manha, Nuno Luz e outros tantos, que, numa de apenas quererem ver o Sporting a arder, contribuíram para a "queimada pública" que em 2008 e 2009 apenas tiveram 1 alvo: Paulo Bento.

Paulo, que chegou à selecção, quanto a mim numa escolha óbvia, não fez mais nada do que aquilo que lhe conhecemos. Sem truques, experiências, colocou uma equipa esfrangalhada a jogar à bola, com uma equipa claramente "verde & branca" de alma, escola e futebol. E falharam Liedson e Miguel Veloso. Fora do Sporting, Paulo Bento será apoiado por todos. Não terá capas diárias a "queimá-lo" a torto e a direito, não terá sketchs de gozo dos Gato, não terá blogues dedicados a única e exclusivamente ofender um homem, que ao leme do futebol do Sporting... era perigoso para quem não gosta do Sporting. E nós... nós... fomos tão bem manipulados.

Alguns que vão ler este post, irão pensar - foda-se, lá está este gajo a falar outra vez do Paulo Bento.

Sim, escrevo novamente sobre o Paulo Bento pela razão simples de que o que aconteceu à um ano atrás é sem dúvida nenhuma uma excelente imagem do que é o Sporting dos nossos dias. Deixa-se morrer com o veneno que nos atiram para dentro do estádio sem que se encontre um antídoto para combater este estado.

Tudo está encadeado. Estrutura e futebol. Quando o futebol vai bem ataca-se o treinador. Quando a estrutura está bem ataca-se a estrutura. Para os nossos adversários só é necessário que exista confusão. Quando não existem, esses mesmos adversários colocam em "campo" (nos media) os seus "pontas de lança" que vão com certeza desestabilizar o suficiente para que andemos todos à cabeçada internamente... como vai com certeza acontecer na assembleia geral da próxima quarta feira.

O que nós, sportinguistas não sabemos ver, é que existe uma doutrina de que no futebol em Portugal só pode haver 2 grandes. Só 2 é que podem repartir receitas da publicidade, repartir atenção nos media, só 2 é que podem beneficiar de acordos com a banca. O mercado em Portugal já não se permite a dividir com 3. Direitos televisivos, publicidade, champions, bilheteiras, capas de jornais, bons jogadores... a crise já só permite luxos a 2 e não a 3. Só há espaço para 2.

Um Sporting forte atrapalha essa doutrina. De forma que o melhor é matar qualquer hipótese de recuperar o seu estatuto entre os grandes. Somos um alvo fácil. Tornámo-nos num alvo fácil. E a minha tristeza é ver que poucos conseguem vislumbrar internamente esta realidade.

Matar a alma Sportinguista é agora o objectivo número 1... e não é preciso grande esforço. Nós próprios daremos esse golpe final. Acabar com a academia, destruir o nosso orgulho leonino, deixar o estádio às moscas, arrinar qualquer ponta de fé... deixarem-nos "entretidos" com as nossas lutas palacianas até à morte, é o desejo e estratégia dos nossos adversários.

Os exemplos estão lá... José Roquette? Corremos com ele. Inácio? Corremos com ele. José Mourinho? Nem o deixámos entrar. Fernando Santos? Corremos com ele. Dias da Cunha? Corremos com ele. José Peseiro? Corremos com ele. Soares Franco? Corremos com ele. Paulo Bento? Corremos com ele. JEB? Vamos correr com ele. Paulo Sérgio? Vamos correr com ele.E o próximo treinador? Vamos correr com ele. E o próximo Presidente? Vamos correr com ele. E o Orgulho e Alma Sportinguista? Vamos acabar com ela.

Quando é que isto acaba?

Quando é que alguém vai gritar "Unidos venceremos. Divididos morreremos!"

Alguém que o faça porra! Somos a maior potência desportiva nacional e uma das maiores europeias. Somos um clube centenário. Temos uma história. Uma bandeira. Um símbolo. Um lema. Não haverá entre nós um "Lula da Silva"?



terça-feira, 21 de setembro de 2010

Benfica 2 - Sporting 0 - Equipa "A"? Só se for de Anjinhos!

Jogo da 5ª Jornada da Liga Zon Sagres

Foram precisas quase 24 horas e uma revisāo do jogo - sim, sou masoquista no que concerne ao futebol - para poder elaborar este post. E posso resumir o meu actual sentimento numa frase: merecemos esta derrota!

Ia-mos à Luz com a hipótese de enterrar praticamente todas as esperanças do Benfica revalidar o título e lançar em definitivo a confusão e o desespero nas hostes do actual Campeão nacional. Escrevi horas antes da partida, que o Sporting ia á Luz numa situação menos problemática que a do seu adversário. Logo, com tudo para entrarmos em campo de cabeça fria e apenas com um objectivo na mente: marcar golos, enervar o adversário e sair do jogo sem uma derrota.

Ora... foi precisamente uma derrota que carregámos à saída da Luz e de forma inequivoca. Entrámos em campo com vontade, mas só a vontade não chega, ainda para mais contra um Campeão aflito. Falhámos em toda a linha.

Vamos por partes. Paulo Sérgio, tem me parecido um homem de fé - embora Jesus estivesse do outro lado da barricada - que ainda acredita na recuperação de casos perdidos e transformá-los em milagres da sua responsabilidade. Mas a reabilitação é uma prática que em Alvalade já foi esquecida á muitos anos. Em Alvalade, quem cai em desgraça, nunca mais volta a ter graça. Yannick, Liedson, Rui Patrício são provas claras disso mesmo. Yannick não tem a nossa simpatia. Liedson, desde a sua última renovação, nunca mais voltou a ser o mesmo e Rui Patrício terá para sempre o estigma de um guarda redes com... galo. Paulo Sérgio guardou para este jogo o seu 11. Aquele que na sua percepção chegava para arrancar da Luz, pontos!

Horas antes do jogo, fiz o meu 11, no qual propositadamente não coloquei, nem Yannick, nem Patrício, colocando Liedson, porque... é o único que com provas dadas, e por esse motivo talvez merecesse o auto de fé.

Depois de ter visto alguns jogadores evoluir em França, achei honestamente que Paulo Sérgio ia rever as suas convicções e colocar de parte a sua fé em casos definitivamente perdidos.

Enganei-me e bastaram 10 minutos de jogo para ver que seria impossível fazer alguma coisa de jeito na Luz. Saiu-lhe caro, a muitos níveis. Credibilidade junto da massa associativa, confiança do plantel e sobre tudo, fragiliza a posição e a evolução do Sporting perante os adversários nesta época.

Entrámos em campo com o desenho em 4x2x3x1 que passou intermitentemente a 4x4x2, terminando numa espécie de 4x1x3x2. São sistemas a mais para um jogo com estas características em casa dos rivais. Ainda por cima com executantes em nitido sub rendimento. Maniche, Matias, Valdes, Yannick, foram nos primeiros 20 minutos desastrosos, conseguindo contagiar a restante equipa com incidência forte em Nuno André Coelho, Evaldo e João Pereira. As substituiçōes nos momentos que aconteceram foram infelizes... E depois da exibição em Lille de Postiga e Vuck, sentar no banco os 2 e metê-los para correrem atrás de um resultado que parecia feito, nāo é muito motivante.

E depois, em cada substituição, mudança táctica... E o Sporting este ano parece correrem atrás de... rotinas. Onde estão as rotinas? Nāo encontrei ontem nesta equipa "A" rotinas de jogo. Aliás vi mais essas rotinas de jogo na equipa "B" em Lille.

E com este fado perdemos já 8(!) pontos à jornada 5(!). E tenho a sensação que sem acções radicais e medidas imediatas... Vamos ter que levar com este fado para o resto da época.

Vi um Sporting lento, com falta de garra, atitude, macio no meio campo e de uma nulidade absoluta na frente de ataque. E vi um Benfica, sem jogar bem, com um 11 baseado na época passada, com excepção do Roberto, que nem sequer foi incomodado nas suas fraquezas. Depois das duzias de jogadores que vieram para a Luz, Jesus, joga à jornada 5, com 10 jogadores do plantel do ano passado.

Depois, somos Anjinhos... Claro, aos 7 minutos Javi Garcia tem uma entrada sobre Liedson, tāo grave como a de João Pereira sobre Ramirez na meia final da Taça da Liga de Fevereiro. Javi vê o amarelo e nós... nada. Expulsar um jogador encarnado na Luz, aos 7 minutos, numa semana como a que vivemos, seria o fim da macacada (ou da galinhagem!). Mas como nós somos anjinhos, ninguém deu o murro na mesa.

Assim nāo vamos lá. Uma vez mais estendemos a passadeira a um clube, que com todos os defeitos que lhe possamos apontar, quando toca a reunir, estão muito mais á frente que nós.

Em resumo, merecemos a derrota porque somos anjinhos... E no futebol já não já lugar para Anjinhos.

Estou profundamente irritado com esta atitude.

Rui Patrício - Nada a registar, mas não transmite segurança. Parece sempre que fatidicamente aguarda pelo golo do adversários. E os 2 golos do Cardozo são a prova clara disso mesmo.

Joāo Pereira - foi muito bem anulado. Colocar Coentrāo na sua frente foi a melhor jogada de Jesus neste jogo. Ali, perdemos grande parte do jogo.

Daniel Carriço - não chegou para tudo e irrita-me nas bolas paradas adversárias sistematicamente ser batido sem levantar os pés do chão.

Nuno André Coelho - foi das suas exibiçōes a mais fraca esta época. Falhou demasiados passes. E está ligado aos 2 golos do Benfica pela mesma razāo. No primeiro, tem de marcar Luisão mas deixa-o cabecear à vontade o que provoca a seguir o ressalto para Cardozo e no segundo não consegue entrar duro no Cardozo que recebe um passe do Roberto a mais de 60 metros. Muito mau.

Evaldo - apagado, perdeu 3 ou 4 recepçōes de bola. Passes errados. Algumas boas entradas em profundidade mas, não resolve com Valdes da melhor forma o desenlace das jogada.

André Santos - a idade nāo perdoa quando se é colocado num jogo como este com a responsabilidade de travar Aimar, Saviola e Carlos Martins. Fez o que pode...

Maniche - simplesmente não esteve lá. Vem de uma lesão e entra no 11? E Zapater? No banco depois de uma exibição agradável em Lille.

Valdes - que péssimo jogo. Perdeu a bola sistematicamente e estragou mais do que construiu.

Matias - nestes duelos nunca se impõe. Exibição sem fulgor e desispirada. Em 4x4x2 não rende.

Yannick - simplesmente não se entende com Liedson e assim fica dificil. Perde todos os embates corpo a corpo e falta-lhe mais clarividência para criar desiquilibrios. Cai sempre na mesma ratoeira: um encosto e vai ao chão.

Liedson - sem ninguém ao seu lado para complementar as suas capacidades é presa fácil. Continuo a dizer que é nitido o seu baixar de braços ao longo das partidas ao ver que a equipa não consegue criar jogo para ele. E depois nos momentos chave não está lá a inspiração.

Vuck, Postiga e Saleiro - inconsequentes as suas entradas, pois a equipa encontrava-se já numa espiral de loucura táctica. Ainda assim, Postiga mostrou estar mais empenhado.

Ao senhor Xistra fica a nota de que não existe nenhuma lei que proiba mostrar cartões vermelhos ao Benfica. Javi e Ruben Amorim deviam ter visto o cartão vermelho. O primeiro de forma directa e o segundo por acumulação. Mas, pressionar dá resultado. Nós... é que somos Anjinhos.

domingo, 19 de setembro de 2010

Haja serenidade hoje na Luz.

Antevisão do Benfica - Sporting - Liga ZON Sagres - 5ª jornada

Joga-se hoje a 5ª jornada da Liga, com o Derby mais desejado. Trata-se de um jogo onde o nosso Sporting tem muito mais a ganhar do que a perder. Ao contrário, os rivais, têm muito mais a perder do que a ganhar. A eles só a vitória interessa, seja a que preço for. Para nós a vitória é essencial, mas não entraremos em campo - ao contrário deles - com a corda no pescoço.

Paulo Sérgio baralhou todos os "experts"com a sua estratégia em Lille. Até agora, e ainda falta hora e meia para o jogo, não houve uma única opinião e antevisão à estratégia hoje preparada pelo Sporting frente ao Benfica com pés e cabeça. E isso está a deixar, pelo que tenho lido e ouvido, muitos com os nervos à flor da pele. A questão é... que Sporting vai se apresentar hoje na Luz?

Pelo meu lado, é interessante tentar construir o 11 do Sporting, numa fase em que arrisco uma previsão marcada por um 11 diferente do que tem sido apresentado na Liga com 2 ou 3 alterações e talvez a inclusão de Diogo Salomão no 11 inicial. o alinhamento táctico deverá passar por 1 4x2x3x1 que se transforma num 4x4x2 quando a equipa ataca.

Que 11 eu arriscaria?

Hildebrand + João Pereira, Nuno André Coelho, Daniel Carriço, Evaldo, Zapater, André Santos, Diogo Salomão, Valdes, Matias e na frente Liedson com Vuckcevick.

Seria neste momento o meu 11.

O que se pede para hoje: Serenidade.

O que vamos ter?... daqui a 3 horas saberemos.

Vamos a eles! Força Sporting!!!!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Lille 1 - Sporting 2 - Equipa "B"? Uma Ova!!

Liga Europa - 1ª Jornada - Grupo C

Não tive oportunidade de ver o início do jogo, um transito terrível obrigou-me a ouvir pela TSF os primeiros minutos. Na ante visão do jogo, Manuel Pedro Gomes - comentador de serviço - arreava o cabaz no Paulo Sérgio, pelo facto de ter o atrevimento de iniciar a participação do Sporting na Liga Europa com uma equipa secundária do plantel do Sporting. Dizia, ser o Lille uma equipa muito bem organizada, que não perdia em casa para as competições europeias desde 2007 e que ainda não tinha perdido esta época em jogos oficiais.

Dito isto, ouvindo que Paulo Sérgio tinha entrado com um 11 com 9 jogadores que não alinharam frente ao Olhanense. Pensei que de facto seria uma revolução demasiado arrojada, mas percebi logo que Paulo Sérgio estava claramente a pensar no jogo de Domingo. E até compreendi positivamente esta estratégia, pois, sendo o Lille, teoricamente, a equipa mais complicada no nosso grupo, sendo o 1º jogo desta fase, qualquer resultado seria sempre "menos" importante do que o jogo do próximo Domingo. E imaginei que o jogo que se seguiria seria um jogo confuso, com um Sporting atabalhoado e com poucas possibilidades de trazer de Lille um resultado positivo. Preparei-me então para o pior...

Mas, desta vez - e alguma vez tinha que ser - o Sporting surpreendeu pela positiva. A equipa, não sendo o 11 lógico de Paulo Sérgio, entrou personalizada, com um futebol fluído e objectivo e a evoluir no campo com determinação em marcar golos. E conseguiu. Numa jogada de contra-ataque, conduzida pelo insuspeito Abel, finalizada de forma pragmática por Vuckcevic, fizemos o 1-0 e depois, Hélder Postiga, de volta aos golos, num belíssimo cabeceamento para o 2-0.

A 1ª parte do jogo foi praticamente toda do Sporting, com controle total do jogo e um Lille, completamente atarantado, pois na certa, nunca esperaria ter de lidar com um 11 Leonino totalmente diferente do que haviam estudado nas últimas semanas. Na 2ª parte o Lille corrigiu as marcações e partiu para cima do Sporting. Batalhou até conseguir reduzir para 1-2 num lance de fora de jogo e onde me pareceu que Tiago foi mal batido. Depois até ao final, foi com a cabeça fria segurar o resultado vantajoso para a nossa equipa, terminando o Sporting com 8... sim, 8 jogadores defensivos, mas compreendo pela razão de poupar para Domingo praticamente o tal 11 lógico de Paulo Sérgio.

Mas, se a vitória é fabulosa e merecida, a mesma, vai dar a Paulo Sérgio algumas dores de cabeça, pois houve aqui jogadores que corresponderam ao desafio de forma muito positiva. Paulo Sérgio, que na minha opinião desta vez jogou num 4x4x2 num formato mais clássico, com 2 alas bem abertos - Diogo e Vuck - com Postiga fixo na frente e Saleiro mais móvel, André Santos e Zapatero mais preocupados com acções defensivas. E... uma vez mais, o Sporting joga bem com este sistema. Será o ideal? Domingo Paulo Sérgio nos dirá. Mas isto também deve ter baralhado as contas de Jorge Jesus...

Considero que a gestão de Paulo Sérgio acabou por ser feliz e garante assim um bom balão de oxigénio para o confronto do próximo Domingo.

Tiago - Surpresa no 11, correspondeu com a sua habitual eficácia. Apenas no golo dos franceses considero que Tiago podia te feito melhor.

Abel - Sabem que tenho pelo Abel uma opinião clara. Não é jogador para o Sporting. Cabe ao mesmo provar que estou errado. Hoje, fez por isso, mas ainda assim, conseguiu fazer alguns disparates na 2ª parte. Perdas de bola e falhas de marcação... inadmissíveis.

Daniel Carriço - Bravo Leão, lutou, jogou, fez jogar... tudo com o espírito de quem quer em definitivo colocar a equipa a lutar com garra e querer. Está a subir de forma.

Polga - Cumpriu e disse a Paulo Sérgio que não está "arrumado". Precisa de minutos e parece-me motivado. É importante que esteja em forma pois a dupla de centrais do Sporting parece-me que vai rodar muito.

Torsiglieri - Foi a 1ª vez que o vi jogar e... altura tem, técnica também, tem pulmão e aparece na área contrária acompanhando o contra ataque da equipa. Temos jogador? As indicações dizem que sim, mas gostava de o ver jogar na sua posição natural. A determinada altura senti o Sporting a jogar com 3 centrais e não me pareceu uma má ideia.

André Santos - É uma máquina. Cada vez mais preciso na recuperação de bola e lançamento de jogo ofensivo. Gosto de André Santos e tenho a certeza de que vai fazer uma época em grande. Não será sempre titular, mas a jogar desta forma, parece-me que não vai falhar tantos jogos assim.

Zapater - Este espanhol não engana. É um jogador fabuloso a recuperar bolas e a sair com a bola controlada, dotado de uma técnica que vai fazer delirar ainda muita alminha. Já o disse antes, Zapater fará com Pedro Mendes um meio campo defensivo de grande qualidade.

Vuckcevic - Foi ele que marcou logo no início o ritmo a que a equipa devia jogar nesta partida. O golo aos 11 minutos foi o prémio por essa atitude. Joga, faz jogar, mas ainda não o sinto na plenitude da sua forma. Falta aquele poder de explosão que... se os jogos correrem bem, vai chegar depressa. Vuck está motivado e isso é fundamental.

Diogo Salomão - Este miúdo, na minha opinião, vai partir a loiça toda muito em breve. Não o comparem com ninguém. Deixem-no ser ele próprio. Não lhe exijam já uma época de sonho, pensem que dentro de 1 ou 2 épocas... vai andar meio mundo do futebol a lutar por ele.

Carlos Saleiro - Cumpriu e faltou-lhe o golo para fazer as pazes com a massa adepta. É que ainda não lhe perdoámos aquele falhanço incrível frente ao Olhanense.

Hélder Postiga - Golo. Mais um golo. Que se inspire. Começou bem, pressionou alto, correu, mostrou pormenores muito interessantes e jogou para a equipa. O golo foi à moda do "velho" Postiga, o tal que ainda seduziu muitos clubes europeus. Era bom que fosse daqui em diante mais regular e que lhe puséssemos a alcunha de... Pinheiro Postiga. A partir dos 70 minutos passou a jogar em esforço e em 1 ou 2 arrancadas atrapalhou-se devido ao cansaço evidente. Precisa de mais minutos.

Evaldo, João Pereira e Nuno André Coelho - entraram para fechar a defesa leonina e João Pereira, com mais calma até podia ter marcado no jogo.

Em suma, o Sporting ganhou. Ganhou merecidamente e ganhou um plantel. Paulo Sérgio arriscou e ganhou. É assim. Quem arrisca, normalmente ganha. A vitória foi até conseguida em esforço e a parte final foi encarada por alguns momentos com alguma displicência. Mas, soube bem e repito... baralhámos muitas cabecinhas. 3 pontos em Lille colocam o Sporting com 1 pé na próxima fase. Segue-se o derby.


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sporting 0 - Olhanense 0 - Sem Olho para o Golo.


Jogo da 4ª Jornada da Liga Zon Sagres

A tarde de Sábado prometia ser muito agradável. Com a onda Calimero estacionada desta vez no outro lad0 da 2ª circular - calha a todos! - Alvalade, numa tarde muito solarenga e com muito público a marcar presença, prometia um bom jogo de bola e a afirmação do crescendo de forma que a equipa leonina desejava comprovar perante o seu público.

Bom, saiu-nos o chamado tiro de pólvora seca. Um empate, sem golos, que devolveu à nossa alma um novo mar de dúvidas que pensávamos já ter ultrapassado. O Sporting empata em casa com o Olhanense, num daqueles jogos em que é sempre obrigatório ganhar. Para se ser campeão, tem de se ganhar todos os jogos em casa e a ceder pontos que seja contra os seus adversários directos.

Ora, o que nos diz este empate? A mim, diz-me que o maior problema do Sporting dos últimos 3/ 4 anos continua por resolver: concretização. O jogo foi aberto na primeira parte, muito mais fechado na 2ªparte, com a equipa algarvia à procura do empate. O Sporting, mais consistente na explanação do seu futebol, falha incrivelmente no momento do golo. Foram 2 oportunidades flagrantes de golo - Saleiro e Maniche - incrivelmente falhadas e a história repete-se.

Na oportunidade clara de nos distanciar-mos dos actuais campeões nacionais, deixa-mos uma vez mais fugir essa objectivo simples. Vamos ver que impacto terá este empate na época do Sporting, principalmente na recta final do campeonato.

O Sporting entrou praticamente com o mesmo 11 que havia jogado na Figueira da Foz e entra erradamente com o mesmo sistema táctico. Já tinha escrito aqui que gosto do sistema 4x2x3x1, mas a jogar fora ou nos grandes embates. Contra um "Olhanense", julgo que é dar ao adversário a crença clara de que pode levar pontos de Alvalade.

E Paulo Sérgio erra, porque guarda novamente para o final a solução de ter mais 2 ou 3 avançados. No jogo de Sábado, André Santos chegava e sobrava para controlar o meio campo defensivo e entrar com Liedson só na frente...é dar de barato uma parte do jogo. Tivemos algum azar - bola na trave de Liedson e uma boa exibição de Moretto - mas isso não explica tudo.

Julgo que Paulo Sérgio tem apenas um caminho ganhar os restantes 13 jogos em casa entrando objectivamente ao ataque contra equipas abaixo do nível do Sporting .

A entrada de Saleiro e Postiga, no momento em que se registaram acabaram por ser inconsequentes. Assim... não vamos lá. Tenho pena, porque até gostei de alguns momentos de transição que mostrámos no jogo e vi jogadores nitidamente a subir de forma, mas... perante a floresta defensiva do Olhanense, talvez faltasse mais objectividade e ambição logo a partir do apito inicial.

E ainda temos de compreender que poderíamos ter perdido o jogo - o que colocaria já toda a estrutura e Paulo Sérgio sob fogo - caso o árbitro não anulasse a jogada que deu 1 golo ao Olhanense na concretização de 1 canto. Não percebi a razão do apito, mas sei que o apito se ouviu ainda antes da bola ter sido cabeceada para as redes de Rui Patrício.

Foram 2 pontos perdidos... e para já a oportunidade de estarmos no 2º lugar a 3 pontos do líder.

Não gostei do jogo. Não gostei do sistema com que entrámos no jogo. Não gosto de ver Liedson só na frente com equipas manifestamente defensivas e não gostei da falta de cabeça fria nos momentos chave do jogo, com oportunidades de golo escandalosamente perdidas. É urgente concretizar, seja a que custo for.

Rui Patrício - Um jogo sem grandes problemas, demonstrando ter a cabeça no lugar, mesmo com um concorrente à altura novo no plantel.

Evaldo - Da unidades do Sporting menos rentáveis nesta partida. Só no último terço do jogo é que apareceu no corredor esquerdo mas com centros muito fraquinhos para o centro da área.

Nuno André Coelho - Mais uma belíssima exibição, apesar de na jogada do golo anulado ao Olhanense ter facilitado numa zona proibida.

Daniel Carriço - Sem grandes apontamentos negativos e positivos, mas com mais 1 cartão amarelo desnecessário.

João Pereira - Foi uma arma que Dauto Faquirá soube prender bem. Esteve bem preso e foram poucas as oportunidades de subir no terreno e lançar desequilíbrios ofensivos. Mais 1 amarelo na sua conta, também ele desnecessário.

André Santos - É um jogador que me está a encher as medidas e julgo que consegue render ainda mais quando joga só na sua área de intervenção. Boa exibição... faltou o resultado.

Maniche - Apareceu, na minha opinião, cansado neste jogo. Faltou-lhe aquele poder de explosão que o caracteriza, acabando por querer resolver o jogo na base da Bomba, mas quando teve cara a cara com Moretto, com um pouco mais de calma tinha conseguido concretizar. É um jogador que talvez fizesse mais sentido ter entrado a meio do jogo. Por mim, tinha começado no banco.

Mátias Fernandez - Boa e Inglória exibição. Com um jogo de selecção nas pernas, fez ainda durante os 64 minutos que esteve em campo uma mão cheia de bons passes de ruptura, deu velocidade nas transições e conservou uma posse de bola com qualidade. Mas, a falta de referências na frente dificultou-lhe muito a vida.

Jaime Váldes - é bom de bola, ninguém duvide, mas não resolve e ainda pouco esclarecido sobre a forma como em Portugal se defende. Sem espaço, parece-me uma unidade sem rendimento. Faltou também alguma cabeça fria na hora do remate ou do último passe.

Yannick - ... capaz do melhor e do pior... sendo um jogador, que na minha opinião, atrapalha muito mais na frente do que resolve. É outro jogador que sem espaço para correr se transforma numa inutilidade para a equipa.

Liedson - Jogar sozinho na frente, com apoio de jogadores com dificuldades em lutar contra uma muralha defensiva, é de um desgaste brutal. Ele, que já leva muitos anos de Sporting, cedo deve ter percebido que a jogar daquela forma, muito dificilmente o Sporting sairia vencedor. É ao longo do jogo nítida a forma como vai baixando os braços. É pena, mas longe vão os tempos em que jogava acompanhado por jogadores que compreendiam a forma como se deve ultrapassar as adversidades de um jogo extremamente fechado.

Vuk, Postiga e Saleiro - Entraram com o jogo praticamente definido e pouco puderam acrescentar, uma vez que o Olhanense já estava nitidamente crente que pelo menos o empate estaria na mão.

Moral da história... sem ambição táctica não vamos ser campeões em nada.


terça-feira, 31 de agosto de 2010

Naval 1 - Sporting 3 - Vamos com calma...


Jogo da 3ª Jornada da Liga Zon Sagres

... a equipa ainda está em construção. Não precisamos já de colocar no alto todas as nossas melhores expectativas por marcarmos 3 golos em 2 jogos consecutivos. Hoje, o jogo na Figueira da Foz tinha algumas interrogações: seria o Sporting capaz de dar consistência ao seu futebol depois do jogo na Dinamarca? Como estariam os índices físicos? Que tipo de concentração e determinação levariam os jogadores para dentro de campo num jogo muito menos aliciante do que o disputado na passada quinta feira? E a Naval? Jogando como jogou contra o FC Porto seria uma equipa fácil de levar de vencida?

As respostas foram dadas de forma tranquila, tornando o jogo mais fácil para as nossas cores do que seria suposto. 3 golos, outra vez deixam-me mais sereno na observação que faço para o futuro da equipa e hoje pude finalmente tirar algumas notas mais sérias sobre aspectos das dinâmicas do jogo do Sporting e também sobre a evolução de alguns jogadores.

O Sporting entrou em campo respeitando o adversário e não impelido a ir "à fonte com demasiada sede". Ou seja, entrou sabendo que iria ser um jogo de
paciência e algumas cautelas, pois a Naval já tinha dado mostras de ser uma equipa que gosta de jogar no contra ataque e com alguns automatismos, que só não derrotaram o FC Porto por manifesta infelicidade.

Paulo Sérgio, colocou em campo uma equipa desenhada - na minha opinião - num 4x2x3x1, linha defensiva com
Evaldo, Nuno André Coelho, Daniel Carriço e Abel, André Santos com missão defensiva e Maniche um pouco mais na frente com missão de lançar o jogo ofensivo. Depois um tridente com Valdez na direita, Yannick na esquerda com tendência a entrar dentro da área em diagonais e Matias na sua posição natural. Liedson como elemento mais adiantado da equipa.

Este desenho táctico permite à equipa mais
consistência defensiva e ao mesmo tempo, com os jogadores certos, uma maior agressividade atacante e não estarei errado se disser que muito provavelmente será este desenho aquele que irá prevalecer nos jogos fora de Alvalade. Em Alvalade a conversa será outra... na maioria dos casos. Parece-me uma atitude consciente de Paulo Sérgio e para já em 2 jogos fora... a coisa resultou.

Este jogo deu para ver um
Sporting mais confiante nas suas capacidades e com paciência, controlando o jogo, investindo na posse de bola - cada vez mais cuidada - e manter sangue frio na hora de atacar a baliza adversária. São bons sintomas e que podem dar tranquilidade e qualidade ao futebol do Sporting.

Confesso que o jogo também nos correu de feição. O 1º golo sai de um fora de jogo claro de
Liedson, que permite na sequência da jogada o desfecho simples do próprio Liedson. O 2º golo é um penalti claro que normalmente os árbitros não marcam ao Liedson e o 3º golo é uma oferta escandalosa da defesa do Naval que Yannick aproveitou muito bem. 3 golos felizes que poderiam ter a companhia de mais 2 ou 3 golos não fossem abordadas as oportunidades da forma displicente que foram. Da equipa Naval... só posso dizer que felizmente estiveram a anos luz do futebol que praticaram contra o FC Porto.

Elmano Santos foi, como é seu apanágio, um árbitro chatinho, com muitas faltas assinaladas por tudo e por nada, 1 amarelo ao André Santo que não compreendi e amarelo para Maniche e Rui Patrício por... conduta de anti-jogo, demorando ambos na marcação de uma falta e de 1 pontapé de baliza. Quero ver este árbitro em Alvalade, num daqueles jogos chatinhos, onde os adversários passam o tempo a queimar tempo. Quero ver quantos amarelos vai ele mostrar. Fica o registo.

Sobre os jogadores Leoninos aqui vão as minhas impressões:

Rui Patrício - Noite calma, sem culpas no golo da Naval, seguro entre e fora dos postes e para já a confirmar correcta a escolha de Paulo Sérgio. Continuo a dizer que 1 ano de empréstimo não lhe fazia mal, mas com o empréstimo do Sérvio, duvido que Rui perca este ano a titularidade. Assim sendo espero que faça para já a melhor época das 3 que já leva como sénior.

Evaldo - Sou fã deste lateral esquerdo. Reafirmo que é um dos melhores a actuar em Portugal. Mas, dos jogos que eu já vi do Sporting este ano, ainda não o vi na sua melhor forma. Falta-lhe a objectividade que demonstrava no Braga, principalmente a atacar. Mas acho que vai chegar lá.

Nuno André Coelho - Tirando o lance que dá o golo da Naval onde virou as costas ao remate perdendo noção de onde estava a bola, tudo o que vi este miúdo fazer, foi bem feito. É ma grande aquisição e uma valorização extra ao negócio Moutinho. Julgo que rapidamente, entre Sporting e FC Porto, vai saber-se quem saiu a ganhar com o negócio.

Daniel Carriço - está determinado em fazer uma grande época e em afirmar-se como capitão da equipa. Forma com o Nuno uma dupla "fresca" e que pode a médio prazo ser a dupla de centrais da selecção nacional. Vamos acreditar que sim. Para já, merece a minha confiança.

Abel - pouco a dizer. Não comprometeu, mas o seu sentido de posicionamento e a falta de qualidade nos cruzamento para a área adversária continuam a mostrar que não é jogador para um Sporting que se quer competitivo. Voltará a perder a titularidade para João Pereira na próxima jornada.

André Santos - Tem feito esquecer Pedro Mendes, cumprindo com as tarefas que lhe são atribuídas. Parece-me um jogador com futuro e com um Adrien mais maduro pode formar um a dupla e trincos tecnicamente evoluída, enérgica e segura. É preciso ter presente que quer Maniche, quer Pedro Mendes fazem mais 2 épocas no máximo. Por isso preparar o futuro é importante.

Maniche - Com menos 2 anos seria de uma utilidade estrondosa no Sporting. Actualmente aplica toda a sua experiência ao serviço da posse de bola, dos passes de ruptura e de músculo e alguma dureza no meio campo leonino. No entanto julgo que a sua utilização ao longo da época terá oscilações e não terá pernas para o ritmo que o Inverno vai exigir ao plantel. Ainda assim, será muito bem secundado por Zapater.

Valdés - É um jogador em crescimento no 11 leonino. Hoje já deu mais ar da sua graça. Já pega na bola, provoca desiquilibrios, vai no 1 para 1, boa qualidade de passe e criativo. Teve uma jogada daquelas que ficam na retina quando numa diagonal diabólica passou pela defesa da Naval e rematou forte ainda que sem a direcção correcta. Este Valdés, não engana e será uma agradável surpresa nesta liga. Falta-lhe no entanto poder de arranque e velocidade. Precisa de trabalhar mais estes 2 aspectos.

Matias - Agora sim, vai assumindo o seu natural papel de 10. Marca penaltis muito bem, marca cantos, joga nas costas do ponta de lança e a espaços vai mostrando as suas qualidades técnicas. Acho no entanto que ainda não está no melhor da sua forma física. Falta força e clareza em v
várias situações de jogo. Mas é de apostar nele.

Yannick - Mais 1 golo, cheio de oportunidade. A jogar continuadamente parece render mais, mas tantos passes falhados, recepções de bola mas executadas e alguns disparates na resolução de jogadas para golo irritam-me e creio que a titularidade está a prazo.

Liedson - Andava a prometer golos e hoje matou o borrego. Parece determinado em fazer uma boa época e deveras mais inspirada que as 2 anteriores, o que a ser um facto real é meio caminho andado para o sucesso. Está a adquirir uma forma física excelente com a qual dará com certeza melhor confiança na hora de atacar a baliza.

João Pereira - entro para dizer a Abel que não vale a pena ter ilusões. O lugar é dele.

Zapater - Fará dupla com Pedro Mendes a trinco com missão mais ofensiva e... acreditem que este jogador será a chave do sucesso. E a minha aposta para este ano.

Saleiro - entrou para perder2 oportunidades claras de golo. O que lhe valeu é que o resultado estava feito, caso contrário, estaria agora em maus lençóis. A prenda que Yannick lhe ofereceu... era para golo certo.

O Sporting venceu sem mácula, controlando o jogo desde o apito inicial e demonstra estar agora mais crente nas suas capacidades. Esta paragem vai ajudar Paulo Sérgio na evolução dos automatismos - e já se vê algum trabalho de Paulo Sérgio nesta aspecto - e melhorar a condição física de forma a encararmos Setembro e Outubro com todos os índices competitivos perto do máximo.

Este foi o 4º jogo que vi esta época e posso avançar com a minha preferência para 11 base. Aqui vai e no sistema de 4x2x3x1.

Rui Patrício,
Evaldo, Nuno André, Daniel Carriço, João Pereira, Pedro Mendes, Zapater, Vuckcevic, Matias e Ismailov e Liedson.

Será assim na realidade? Estou positivamente expectante para os próximos jogos.


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Brondby 0 - Spoting 3: Pragmatismo, Realismo e Eficácia.

O Sporting carimbou ontem a presença na fase de grupos da Liga Europa. 3 golos sem resposta na Dinamarca que deixaram muitos abutres - que se preparavam hoje para um belo repasto - atónitos e de estômago embrulhado. Regressei de férias e que melhor prenda do que esta eliminatória com reviravolta de que muitos poucos acreditavam ser possível.

Fui lendo e ouvindo muitos comentários nestes últimos 15 dias, a maioria dos quais tem como único objectivo provocar a discórdia e a descrença no seio Leonino. Alguns também tentam fazer esquecer o início de época dos galináceos e dos seus franguitos... e vai de dar "porrada" em tudo o que mexe em Alvalade.

Nada de novo pela blogosfera, pela imprensa, TV e Rádio.

Hoje, ao seguir o jogo através da SIC sou confrontado com comentários de um jornalista que supostamente devia narrar o jogo - coisa que pouco fez optando por efectuar considerações que julgo ultrapassarem a sua área de competência - pois a seu lado, sim, estava um comentador profissional que tentou sempre emendar as considerações do tal jornalista/ narrador.

Senti, que muitos sectores desejavam a eliminação do Sporting, para que houvesse nos próximos dias longas dissertações sobre as supostas apostas do Sporting para esta época em toda a extensão do futebol profissional. Para comprovar isso mesmo, o tal jornalista/ narrador da SIC que acompanhava o jogo aos 20 minutos tem esta tirada - "enfim... é o plantel que o Sporting tem" - com uma expressão na voz de coitadinhos, tirada esta que exemplifica bem a perda de vergonha e o desrespeito com que se trata o Sporting por essas redacções e que pulula de boca em boca para fugir à análise óbvia que devia estar a ser feita aos campeões nacionais e a qual muitos poucos têm tomates para a fazer seriamente. Mas sobre o Sporting... tudo é permitido, até mesmo os comentários gratuitos de um jornalista a quem é obrigado o termo isenção, missão hoje penosamente cumprida, pois a história do jogo saiu completamente ao contrário das ideias pré-definidas pelo jornalista. Valeu a frieza e a visão mais isenta de João Rosado, comentador de serviço nesta transmissão.

Quero com isto dizer que, uma vez mais estamos a deixar que nos façam o bombo da festa, independentemente do número de frangos que o guarda redes 8,5 Milhões de euros do campeão nacional dá.

E o que me deixa ainda mais chateado é que parte da massa adepta do meu clube, vai no jogo destas "agendas" jornalisticas que apenas nos querem deitar abaixo ainda antes sequer das competições entrarem no seu ritmo mais sério. Aos campeões nacionais, leio e oiço, com toda a naturalidade que esta crise de resultados é perfeitamente natural - 4 derrotas consecutivas??? - e que dentro de 1 mês, mais coisa menos coisa, a galinhagem vai estar a jogar em todo o seu esplendor. Sim, até pode ser verdade, mas... querem sangue em Alvalade, e falarem de margem zero, colocarem Paulo Sérgio constantemente à prova, tecer considerações sobre aquisições que só jogaram minutos, escrutinar ao milímetro todas as opções de Costinha e Bettencourt em 4 semanas... isso é demonstração clara de 2 pesos e 2 medidas na forma como são tratados os 2 históricos de Lisboa.

Como dizia, grande parte do Universo Leonino, vai nesta cantiga e vêm para fóruns e blogosfera, realizar o golpe final no ânimo, na tranquilidade e no sossego que deveria imperar nesta fase inicial no coração do futebol profissional do nosso clube.

Não entendo, mas essa parece ser a fatídica condição leonina: sempre que pode, não dispensa um bom tiro no pé. Não escondo que a equipa pôs-se a jeito. Derrota em Paços de Ferreira e nova derrota em casa com o Brondby colocaram a bancada à beira de um ataque de nervos, mas ainda é cedo para fazer correr sangue. Estamos a iniciar um novo ciclo e temos um preço a pagar. Paulo Sérgio ainda precisa de mais alguns jogos para cimentar a matriz que deseja para o Sporting e que desejamos todos ser vitoriosa e dignificante para a história desta época.

Fora estes apartes, o jogo de hoje foi exemplo para o espírito que temos de vestir esta época. Imune à crítica, pragmatismo na abordagem e condução do jogo, realismo nos momentos chave e eficazes - hoje fomos! Mas chamo a atenção para o seguinte: entrámos em campo com 10 jogadores portugueses - 2 dos quais naturalizados: Evaldo e Liedson - e apenas Vukcevic como estrangeiro. Ora... este detalhe diz muito pouco à escumalha que se refugia no dizer mal do Sporting para apaziguar as dores e a vergonha que sentem nas últimas 3 semanas do clube do seu coração. Mas para mim é importante pois o projecto de um Sporting com identidade nacional continua vivo e merece todo o respeito de todos os que fazem das análises do futebol modo de conseguir pão para a mesa.

Não foi uma exibição brilhante, e a espaços reinou um pouco uma certa anarquia táctica, mas valeu pelo empenho e pelo acreditar que era possível. Ser eliminado pelo Brondby marcaria já o tom para a época em Alvalade e entraria já na agenda mais sangue para escorrer em Alvalade - ainda há? - mas, ao contrário, será que esta reviravolta que muitos julgavam impossível, marca o click que Paulo Sérgio e equipa precisavam para dar gás ao nosso futebol em busca de vitórias? Será que os abutres, vão agora dar descanso à estrutura? As respostas só podem ser dadas pelo próprio Paulo Sérgio e jogadores e desejo que seja uma resposta à altura dos bons pergaminhos do clube.

2ª feira vamos à Figueira da foz e segue-se depois uma pausa nas competições, depois da qual começará a doer cada jogo para cada competição em que estivermos envolvidos. Até lá, por favor apoiem a equipa, o treinador e o director desportivo. Precisamos de estar unidos e refutar sempre todos aqueles que nos querem fragilizados. O Sporting somos nós.

Venha lá o sorteio da Liga Europa.