sexta-feira, 28 de maio de 2010

Um filme sem história?


Chegámos ao final de Maio da mesma forma como temos vivido o Sporting nos últimos meses, sem entusiasmo nenhum. Isso, honestamente, preocupa-me. Tirando a excelente época de modalidades extra futebol, onde estamos a 1 passo de vencer uma competição europeia de Andebol já este sábado, à beira de 1 fim de semana onde nos podemos sagrar campeões europeus de atletismo e onde o Futsal está a oferecer-nos uma excelente época, tudo o que nos liga ao motor da nossa paixão - o futebol profissional - está envolto num nevoeiro de dúvidas e expectativas longe de se dissipar.

Ultrapassando o facto de termos assistido à apresentação do novo treinador - Paulo Sérgio - o que tem chegado à massa adepta do Sporting nestas últimas semanas tem sido muito pouco. O que provoca nos menos informados a sensação de que nada se faz em prol da próxima época. Eu até compreendo os desabafos que vou ouvindo e lendo de alguns sócios e adeptos. A urgência em esquecer o pesadelo vivido com a época anterior é tanto que fazem falta notícias e factos que nos coloquem em definitivo de olhos postos na próxima época.

No entanto, as aparências enganam. Na imprensa é a sistemática tentativa de adivinhar novos reforços, vendas e dispensas. Nada factual, tudo baseado em rumores infundados. Nas rádios são os programas de desporto com fóruns onde os ouvintes, adeptos sportinguistas - boa parte deles - passam o tempo a carpir mágoas e a verter ódio aos actuais corpos dirigentes. Na TV, segue o discurso de que estamos falidos, não temos financiamento bancário e no seu melhor, alguns opinadores avançam já com a previsão de mais desgraças para a nossa próxima época.

Quando digo que as aparências enganam é tão só no facto de internamente a actual estrutura que comanda os destinos do futebol profissional estar a trabalhar afincadamente na preparação de uma nova época em tudo diferente da anterior. E a trabalhar... bem. Porquê? Porque nada, mas mesmo nada está a passar para o exterior.

Conto o seguinte episódio... na semana passada, recebi numa manhã uma notícia que dava como certa a saída de Salema Garção do Sporting. Como devem imaginar, fiquei muito contente. Pela tarde a notícia confirmou-se oficialmente. E a minha alegria foi quase como de um golo leonino se tratasse. No dia seguinte à comunicação desse "evento", fui almoçar num restaurante junto ao Tejo num almoço/reunião de trabalho. Na mesa ao lado quem haveria de se sentar? Salema Garção, Zé Eduardo e um 3º elemento que vou omitir.

Fiquei chocado com tamanha coincidência e ainda mais quando - num irresistível "mau comportamento" da minha parte - pude escutar parte do teor da conversa que ali se desenrolou. Não vou obviamente transcrever o que ali se disse, pois seria de todo deselegante da minha parte, mas entendi - pelo que ouvi - algumas das razões pelas quais sustento a teoria que deve haver uma razia nos corredores de Alvalade. Há demasiada conversa de "palácio". Há demasiadas facas nas costas. Há demasiadas conspirações e... há demasiada fuga de informação. Ou havia!!

Salema não fez bem ao Sporting... e mais não digo.

Esta mexida - e outras que ainda decorrem - posiciona a minha observação no sentido de que Bettencourt está a tentar arrumar a casa. Ontem, em pleno Conselho Leonino foi aprovada para debate em assembleia geral - a marcar nos próximos dias - um plano de reestruturação orgânica nos quadros directivos do Sporting e que apontam para uma redução de elementos e custos, blindando mais e melhor uma nova estrutura, mais pragmática, mais objectiva e menos burocrática e filosófica.

Em sintonia com esta proposta segue o trabalho de "formiga" do actual quadro técnico e do director para o futebol, que, também numa política blindada e "patrocinada" por Jorge Mendes, actuam no mercado de forma camuflada.

Será isso um bom sinal para o futuro? Será esta a fórmula para que de uma vez por todas o clube deixe de ser gerido de fora para dentro? Desejo que sim e tenho pena que muitos adeptos e sócios não o compreendam. Não basta gritar e lutar contra os moinhos vento. É preciso passar por cima deles.

A falta de informação e entusiasmo não é um mau sinal, antes pelo contrário. Dirão alguns que assim também não se vendem as "Gamebox". Lá virá o momento para lançar esse repto. Ao contrário dos últimos anos, ao que me dizem, as ditas serão vendidas com base em factos e resultados e não em ilusões e promessas. Para mim, esta estratégia é realista e voto nela para o futuro.

De momento o filme da nova época segue sem história, o que para quem não gosta do Sporting é excelente e faz disso um banquete de discursos e comentários na tentativa clara de desmotivar ainda mais, os mais fracos e menos informados adeptos e sócios leoninos. Pena é que alguns desses sócios e adeptos repliquem nos mais variados canais esses discursos carregados de veneno e hipocrisia.

Eu, prefiro acreditar, que existe quem no silêncio e anonimato urde de forma profissional e inteligente as linhas pelas quais o nosso Sporting caminhará rumo às vitórias neste novo ciclo que se prepara para iniciar.

O futuro é nosso.

Saudações Leoninas

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