quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sporting 1 - Benfica 4: Infelizmente... nada anormal.

Taça da Liga - Meia Final


Foram precisas 48 horas para conseguir reunir forças para escrever sobre o dolorosamente e esperado espalhanço final de uma época digna de um qualquer filme de terror.

E foi puro terror o que se viveu em Alvalade na meia final da Taça da Liga. O argumento estava escrito: Um Treinador a prazo. Uma equipa destroçada e sem fé. Um Guarda redes com medo de bola. Uma equipa de arbitragem traiçoeira. Uma equipa encarnada, treinada pelo bicho papão... cujo o sangue... é verde - Sporting 1 - Benfica 4 - O Exorcismo Falhado.

Sim, pois corria ainda numa larga franja de adeptos leoninos, a fé de que esse jogo seria como um exorcizar dos demónios que temos carregado desde o dia 1 da desta época.

Mas, honestamente, eu estava à espera do que aconteceu. Não por não acreditar que éramos capazes de bater o adversário, mas, dado as ocorrências da última semana e meia, o ambiente criado à volta da equipa, o árbitro escolhido, a "tranquilidade" do adversário... e o desejo de muitos quererem ver uma final disputada entre FC Porto e SL Benfica - mais interessante na conjuntura do actual campeonato de... túneis - limitava bastante qualquer oportunidade de ultrapassarmos este obstáculo. E claro - não vou bater aqui mais no "ceguinho" - a teimosia de Carvalhal em manter um Guarda Redes que está totalmente "esfrangalhado" (não sei se o termo existe, mas soa-me bem) psicologicamente.

Mas dói. Dói-me muito encaixar 4 golos em casa. Dói-me muito, no espaço de 1 semana encaixar 11 golos em 3 jogos. Dói-me ainda mais ver arrasar por completo o trabalho de 4 anos que foi dificilmente sustentado por uma estrutura que pode ser criticada por muitos defeitos, mas não pode ser acusada de não fazer valer princípios que o Sporting defende.

Tal como escrevi em Setembro passado, a bancada ia correr com Paulo Bento, como correu no passado com Inácio, Santos e Peseiro. E escrevi também que o próximo treinador estaria a prazo e que provavelmente iríamos ter esta época, não 2 mas 3 ou 4 treinadores. Estamos a pagar a factura meus amigos. A factura de manter o poder na bancada.

A derrota na meia final da Taça, é a marca de água desta época. É o selo que estampa qualquer memória futura do que representou esta época para o Universo Leonino. Foram precisos 36 anos para eu ver no espaço de 8 dias o Sporting ser goleado pelos seus históricos rivais. O que representa isto? Não sei. É preciso digerir e reflectir sobre o significado da actual realidade Leonina.

Não me vou alongar mais sobre as minhas reflexões, pois quero expressá-las com mais frieza em futuros posts.

Sobre o Jogo... o que posso eu escrever? O jogo acabou praticamente aos 6 minutos. O vermelho directo a João Pereira ditou logo quem seria a equipa apurada. Olegário Benquerença quis logo arrumar a questão. -lo porque João Pereira lhe ofereceu numa bandeja essa oportunidade. O gesto do João foi o espelho da pressão total a que os jogadores do Sporting estavam submetidos. Teve azar. A "coisa" saiu-lhe mal e foi ainda potenciada pela acção "cinematográfica" de Ramirez.

Olegário, fez um sorriso, terá pensado "já está!" e vai de lhe dar um vermelho directo, arrumando ali logo com a meia final, sem ter que recorrer a esquemas mais "vistosos" que livrassem o clube do seu coração de não marcar presença na Final da Competição em jogo. Se fosse ao contrário teria expulsado um jogador do Benfica? E se acham que estou a "ficcionar" em demasia, basta reverem o lance de algumas semanas atrás onde o mesmo Olegário viu o Capitão do Benfica pontapear um defesa do Nacional no chão e lhe deu - quase pedindo desculpa pelo facto - um amarelo. E mesmo assim, só para que a coisa não voltasse a ficar perigosa e deitasse por terra a calma com que o jogo ia sendo gerido, com o resultado em 1-2, vai de "espetar" um fora de jogo escandaloso a Pongolle, só para que houvesse garantias de que "a coisa" não ia piorar para o seu lado. E sabem o que ganhámos como prenda? Duarte Gomes para arbitrar o próximo jogo. E nós, os apelidados de atrasados mentais pelo "Taberneiro da Madalena", quem castigamos? Exacto. Apenas os mesmos de sempre: Treinador, Jogadores, Presidente, Mulher da Limpeza, Paulo Bento, Terroristas, Claques, Bloguistas, Accionistas, Banca, o Sócio 100099, Relvado, Chuva, Passivo, Losângulo e todos os que se escondem por baixo das secretárias em Alvalade enquanto a tormenta não passa.

Tudo ruiu... não vai ficar pedra sobre pedra, resta saber quando voltaremos a reerguer esta nossa querida Nação Leonina. Ainda criámos a ilusão de que era possível controlar os danos e pelo menos começar 2010 na senda da reconstrução. Mas, o que aconteceu em Janeiro, com as 7 vitórias consecutivas, não foi mais do que um "Cone do Silêncio". Todas as tempestades têm no seu centro um cone de silêncio, onde não há vento, não há chuva, apenas silêncio... e quando esse cone passa, a tempestade bate forte. E foi o que nos aconteceu.

Sobre o jogo, algumas notas, refreadas pelas 48 horas que levei até conseguir sentar-me, colocar os óculos, suspirar de tristeza e ganhar coragem para escrever estas linhas. Rui Patrício... o que posso escrever mais sobre aquele que já considero como o coveiro de Alvalade. 2 ou 3 defesas de dificuldade reduzida e 2 golos sofridos de canto e livre - e podem acreditar, após a expulsão do João disse logo que na marcação do livre ia ser golo. Rui Patrício, como é seu apanágio nem se mexeu, assim como não se mexeu no 3º golo após cabeceamento tranquilo de Luisão. O golo de Ramirez, Patrício no cruzamento cheirou apenas a bola e no 4º golo tivemos o já clássico remate colocado a 30 metros que tanto sucesso tem feito nas equipas adversárias este ano. Uma vez mais, adiantado 2 ou 3 metros da posição onde deveria estar naturalmente foi incapaz de sacudir a bolada de Cardoso.

Perante isto sobra Liedson, o único jogador que merece da minha parte um aceno positivo pela bravura isolada de tentar inverter o destino traçado.

Carlos Carvalhal... arrasou qualquer probablidade de continuar no Sporting para além de Maio. E na minha opinião, neste jogo, martelou mais uns quantos pregos para o já encomendado "caixão" será enterrado o seu fato de treinador Leonino. A equipa, mesmo despedaçada, e até com a expulsão de João Pereira, demonstrou estar completamente à deriva tacticamente. Matias e Vuk no banco, apenas 2 substituições, Yannick por Pongolle quando este estava a mexer positivamente com Liedson e com a defesa adversária... E podia continuar por aí, mas, manifestamente... não vale a pena. Neste jogo em específico, analisar individualmente cada jogador do Sporting é de uma crueldade inglória, ineficaz e dolorosa.

O Futebol Profissional do Sporting é um Barco à Deriva a meter água por todos os lados. Sem Timoneiro, Nem Capitão, Sem Tenente, Sem Almirante... Tapam-se buracos no casco com fita cola ranhosa... e tenta-se levar desesperadamente a embarcação até ao seu destino (Maio!) e ainda faltam 3 meses para lá chegar. Que mais pode acontecer? Para citar os Beach Boys: "God Only Knows"

Será duro o caminho que ainda nos falta percorrer deste calvário.

1 comentário:

Planeta Pop disse...

Eu sabia, eu sabia, amigo P, eu sabia que grande parte das desculpas para justificar a derrota do Sporting seria o árbitro. E logo o senhor Olegário, que já prejudicou tanto o Benfica no passado, com arbitragens vergonhosas. Mas, claro, como não vos doeu a vocês...
Amigo, escândalo seria o árbitro não expulsar o J. Pereira, que não é virgem nestes lances. Quando estava no Benfica passava a vida a levar cartões à conta do seu "sangue quente". Enfim, uma expulsão indiscutível que só alguém muito faccioso poderá colocar em causa. Ver neste lance as "teorias da conspiração" em que vossa imaginação é fértil, parece-me ridiculo. Mas, pronto, dá-vos sempre jeito esta postura de calimeros para justificar insucessos...

Considerar o fora-de-jogo tirado ao "Nongolle" de escandaloso é, no minimo,...escandaloso. E pouco sério, uma vez que "Nongolle" está ligeiramente atrasado em relação ao último defesa do Benfica. Foras-de-jogo como estes, infelizmente, são assinalados constantemente em todos os jogos. Não devia, mas são. Por exemplo, contra o Leiria tiraram 2 ao Di Maria e Cardozo que os deixaria cara a cara com o guarda-redes. E ambos estavam uns bons 2 metros atrás da linha da bola. Acontece...
Ver neste lance mais uma "teoria da conpiração" é tipico dos Sportinguistas.
E depois, pergunto eu, tens a certeza que o "Nongolle" marcava, mesmo isolado? Eu não tenho. O tipo ainda não marcou um golo, ia marcar nesse lance?
Sentires-te prejudicado por um lance de hipotético golo, é um absurdo. Mas habitual em vocês...

Amigo P, o Sporting perdeu 4-1 apenas por uma razão: vocês jogam pouco, muito pouco. Estes resultados frente ao Porto e Benfica, apenas reflectem de forma fiél a diferença entre vocês e os vossos adversários. Eu sei que custa ouvir, mas é a verdade.
Na passada terça-feira, até a jogar com 9 jogadores o Benfica vos ganhava, caro amigo. E, na verdade, foi isso que aconteceu, o Benfica até jogou com 9, pois o Kardec e o Éder Luis não "existiram", não estiveram em Alvalade... Eh eh...
Culpem-se a vocês próprios pelo desaire, meu amigo. Não vejam fantasmas e teorias da conpiração onde elas não existem. Esse tem sido o vosso (e também o nosso, reconheço-o) principal problema nos últimos anos. Desculpar constantemente os erros e incompetência com os árbitros é coisa de clube, não de um clube com a dimensão do Sporting. Sejam mais humildes e reconheçam os erros e, acima de tudo, a mediocridade desta equipa que, no final da época passada era espectacular e forte candidata ao título deste ano. Cresçam!
Abraços.