terça-feira, 5 de janeiro de 2010

É preciso olhar para o futuro.


No passado Domingo o Sporting entrou mais uma vez em campo com um 11 basicamente construído por futebolistas portugueses (9) dos quais 6 foram formados na Academia Puma do Sporting Clube de Portugal.

Rui Patrício; Daniel Carriço; Adrien; João Moutinho; Miguel Veloso e Carlos Saleiro. Entraram ainda em campo mais 2 elementos - Pereirinha e Yannick.

Num momento em que tanto se discute as possíveis (e as já efectuadas) contratações do Sporting, mais as questões ligadas ao financiamento das mesmas e por último o discurso de Carvalhal na conferência de imprensa do passado Sábado - acente na necessidade de aliviar a responsabilidade do plantel ser construído com base na formação - é importante não deixar de reflectir sobre o rumo, os objectivos e os princípios que fazem da nossa formação uma das mais apetecidas do mundo.

Leio e oiço alguns consócios, exigirem boas contratações e descreverem os jogadores da formação incluídos no plantel actual como meninos que precisam de "amadurecer" com as estrelas que estamos a contratar. Não concordo com essa leitura. É necessário amadurecerem em competição, numa estrutura responsável e exigente e com sentido contínuo de formação.

Um jogador que sai da Academia, não sai formatado e pronto a competir ao mais alto nível. Precisa de formação contínua e em crescendo. Veja-se o caso de Daniel Carriço. Por cada jogo que completa cresce e amadurece como jogador. E ele sim tem efectuado o trajecto correcto, pois não foi "endeusado" aquando do seu surgimento no 11 e recebeu sempre da parte da massa adepta respeito e conforto sempre que cometeu algum erro. Hoje parece-me ser o perfil completo de um jogador que faz o seu percurso desde a formação, passando por empréstimos e enquadrado depois no plantel passo a passo até à titularidade. Carriço é para mim um símbolo da formação. Adrien idem e Saleiro poderá ser o próximo exemplo se souber percorrer o seu caminho com os pés bem assentes no chão. Já não falo de Moutinho, Veloso ou Yannick, que atingiram a euforia demasiado cedo e mal aconselhados, precipitaram-se em atitudes que não dignificam a camisola do Sporting nem os princípios que aprenderam na Academia.

O Sporting já formou 2 jogadores premiados pela FIFA como melhores jogadores do mundo - Luís Figo e Cristiano Ronaldo. É até agora o único clube do mundo a consegui-lo. Colocou nessa mesma rota jogadores como Paulo Futre, Simão Saborosa e Ricardo Quaresma, que por vicissitudes e escolhas na carreira perderam-se no caminho para almejarem chegar perto desse troféu. E... veremos onde vai chegar Varela...

Tudo isto, para sublinhar que não poderá ser agora, de um momento para o outro que vamos, enfeitiçados por contratações notáveis, deixar de investir na linha de objectivos da formação e enquadramento de jogadores por forma a constituírem o tecido de renovação contínua do plantel.

Ponham os olhos em Diogo Rosado, por muitos apontado como um valor seguro para o futuro, ou ainda para todos os outros miúdos, que sonham hoje jogar na mesma equipa de Miguel Veloso, Moutinho, Adrien e companhia.

Claro que temos de ter Liedson, Ismailov, Vuck ou Matias... ou os novos, mas, é um orgulho muito grande olhar para o 11 do Sporting e ver os frutos de uma escola de sonhos. É preciso é continuar a olhar para essa escola de sonhos e dar-lhe novas coordenadas, novos registos técnico-tácticos, novos desafios e maior, muito maior competividade.

Comprar "contentores" de jogadores só porque está na moda, ou porque é preciso mudar qualquer coisa nunca foi, não é e não será uma boa política para um clube como o Sporting. Se alguma coisa de boa fizemos nos últimos 6 anos foi dar grandeza e notoriedade á melhor escola de formação de jovens futebolistas do mundo.

Percam algum tempo e conheçam os futuros craques que já estão a emergir nas camadas jovens do Sporting. Vamos tapá-los com Caicedos e Ângulos?

Não podemos deixar de olhar para o futuro.

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