quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Era Inevitável.



Foi ontem já perto das 2 da manhã que recebi a notícia. Estava praticamente a entrar no sono e chegava via sms o que havia sucedido no pós jogo com o Mafra.

Não há muito para dizer neste momento, uma vez que aguardamos tranquilamente uma comunicação dos responsáveis da SAD e Clube que nos elucide sobre o sucedido.

Muito se escreve e diz sobre este "acidente" mas a verdade é que era inevitável. Uma questão de tempo.

Sá tem um temperamento explosivo. Aliás no dia em que se soube da sua nomeação para director do futebol, escrevi aqui que Sá Pinto ia dar uns murros nas portas e cacifos sempre que as coisas descarrilassem, mas daí até andar à pancada com um dos activos mais valiosos do plantel... vai uma grande distância.

A relação entre Sá Pinto e Liedson nunca foi boa. Recorde-se um célebre penalti em que Sá tirou literalmente a bola das mãos de Liedson para marcar um penalti. O azedume nunca foi ultrapassado e ontem, teve o seu epílogo. Quem tem razão? Julgo que ninguém. Aliás, sempre que violência entra numa discussão de ideias ninguém pode ter razão. Sá, passou-se naturalmente com a displicência de Rui Patrício no lance do 2º golo do Mafra. Honestamente, há algum Sportinguista que não se tenha passado? Mas, o erro faz parte do futebol. Todos erram. O próprio Sá errou muitas vezes. Tinha legitimidade para hoje dirigir algumas palavras ao grupo no sentido de a equipa não facilitar seja em que circunstâncias for.

Mas, optar por individualizar a culpa, ainda por cima para cima de um guarda redes que "salvou" as 2 últimas vitórias do Sporting na Liga com 3 excelentes defesas não é nem nunca será uma boa opção. É natural que os companheiros achassem injusta a forma compulsiva e excessiva das palavras de Sá para Rui Patrício. Foi Liedson quem se chegou à frente na defesa do grupo e do jovem guarda redes e hablitou-se a enfrentar o temperamento violento de Sá. Naqueles segundos... passou de certeza "uma coisinha má" nos olhos de Sá.

Mas, pior ainda é o facto de a frio percebermos que Sá não podia nem devia ter ultrapassado o campo técnico de Carvalhal - que, coitado, não podia de certeza estar a acreditar no que se estava a passar - que sim tinha toda a autoridade para chamar a atenção do jogador pela sua falha.

Sá, ultrapassou uma vez mais o limite e a sua mais que provável saída é inevitável e atira com o jogador para fora do clube pela porta dos fundos. Lamento, que isto tudo aconteça num jogo de "alguma descompressão" justificável dado o número de jogos e a pressão que tem estado sobre a equipa, que apanhando-se a ganhar por 4-1 tirou literalmente o pé do acelerador. Lamento, que este acidente aconteça numa altura em que todos acreditamos numa recuperação saudável da equipa, dos resultados e do ânimo dos adeptos e, 1 dia depois do evento ocorrido na Academia - a sua certificação de qualidade e tudo o que ela significa - que nos deixou a todos orgulhoso.

Ontem às 2 da manhã só me deu para rir... só pensava no masoquismo que tem invadido esta época. Achava até que me estavam a pregar uma partida, mas, a realidade está aí. Mais um caso que mancha a época do Sporting e que trará consequências que ainda não podemos vislumbrar.

Lanço algumas questões: Como vai reagir o plantel a este "acidente"? Como vai lidar Carlos Carvalhal com este momento? O que dirá José Eduardo Bettencourt? O que vai na cabeça de jogadores como Ismailov; Rui Patrício; Moutinho; Veloso; Matias... e do próprio Liedson?

Sá Pinto foi uma vez mais vítima do seu próprio temperamento, o tal que levou Paulo Bento a mantê-lo sempre longe do seu bálneario.

Segue-se mais notícias hoje durante o dia.

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